18 maio 2008

Uma folha de trevo




Ainda tenho, bem guardada, uma folha de trevo, daquelas que dizem que dão sorte.
Alguém ma deu, algures e num tempo indefinido.
Sei que a guardei.
A folhinha cá anda; o teu quarto está vazio...


Nunca mais
Caminharás nos caminhos naturais.
Nunca mais te poderás sentir

Invulnerável, real e densa -

Para sempre está perdido

O que mais do que tudo procuraste

A plenitude de cada presença.


E será sempre o mesmo sonho, a mesma ausência.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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