Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
27 setembro 2008
Da varanda
Ao som da música do Ali farka Toure, sentada na varanda, onde tantas vezes dormiste uma sesta, procuro imagens familiares.
Vejo o prado, acabado de cortar e a cheirar a frescura. As ovelhas começam a retirar-se. As vacas ainda pastam.
Está tudo por aqui, mas não lhes encontro o encanto de antes...
Viver na cidade, com paisagem de campo.
Tu gostavas...
Nós, também.
Agora, não sinto.
Nem o mundo lá fora deixa de me parecer sem sentido.
Chega-me, apenas, como reflexo da memória de uma certa melancolia.
Raramente me lembro de dias alegres.
No entanto, por onde vou, parece que nada mudou - os jardins são os mesmos, as ruas conduzem aos mesmos sítios, pede-se um café e, logo, o trazem... ninguém vê as marcas das minhas lágrimas secas.
O mundo continua a sua rota espacial, deixou-te para trás... e vou querendo ficar um pouco mais contigo.
Aqui, silenciosamente, em frente ao prado.
Onde adormecias o cansaço acumulado.
E eu zelava...
Tudo ia melhorar.
"Imagina antes que nós
Nos viramos de lado para dormir:
Aqueles que um ao outro se guardam
Em vida, nunca serão apartados"
John Donne
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3 comentários:
Uma das fotografias mais bonitas... Beijinho grande
olga
Querida Isabel!!!
Passo por cá e... não encontro palavras... tudo o que disser já foi dito.
Quando vê o prado, imagine o seu David num sitio bom, onde reina a paz e a harmonia, e que ele a está a ver, e quer ver a Mãe também em paz
Beijinhos
Linda
Esta imagem foi umas das que mais me marcou e que nunca esqueci, num dia muito triste.
A cumplicidade, a ternura e a forte ligação entre ambos, está lá.
Embora nada diga, não deixo de visitar esta vossa casa. Sempre!
Um beijinho.
Isa
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