28 setembro 2008

Caminha, Moledo, David...



Eãm Lebasi (Mãe Isabel)

Nunca tive jeito para frases poéticas,
não domino o estilo,
nem a rima, nem o verso,
nem o falar do amor,
da alegria,
da injustiça
ou guerras.

Mas sinto.
Eu sou assim
sem jeito para escrever.
Penso e repenso.
Mas escrever...
Nada.
A mente fica bloqueada e a mão paralisada.

David Sobral
(prenda de anos à mãe)



CAMINHA
Papagaios no areal de Moledo

Escura
A silhueta

Banhada pelas costas da alvorada

Da luz que a acaricia na jornada

Caminha

Esguia

Posta à prova porque é dura

Mansa

E cria

O que na vida inteira a alivia

Olha a calçada

Irónica sorri

Da sorte amarga

E encontra sem dobrar

O olhar eterno

Cor amada



Interpretação livre de uma fotografia de David Sobral
Caminha / Outubro de 2007


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Setembro de 2008

1 comentário:

Branca disse...

Que dizer destes versos? Todo o conjunto é lindo! O texto do David, embora ele diga que não, a sua fotografia, a interpretação do Jaime Latino...tudo é um cântico à vida e ao amor!
Que estes momentos preencham a sua alma de beleza, Isabel.
Beijinhos
Branca