10 dezembro 2008

Corredor secreto



Tenho corredores dentro de mim.
Alguns secretos, por onde ninguém vai poder passar.
Só eu tenho a chave que lhes dão acesso
São corredores repletos de pequenas arcas onde guardo os segredos, teus, que só eu conheci.
Mesmo agora, seria incapaz de os revelar.
São meus, só meus.
São algumas pequeninas peças do puzzle que todos somos.
E que nos distinguem.

Essas pequeninas arcas são a prova de que me portei bem, no papel de mãe.
Mãe mãe, mãe amiga, mãe confidente, mãe protectora.
Tive tanta sorte!!!
Maior é o desgosto...
Agora, com mãos indolentes, abro as arcas; acaricio esses segredos, medito sobre o abismo e volto a fechá-las.
Guardo a chave, bem encostadinha ao peito.





Amor é o olhar total, que nunca pode

ser cantado nos poemas ou na música,
porque é tão-só próprio e bastante,
em si mesmo absoluto táctil,
que me cega, como a chuva cai
na minha cara, de faces nuas,
oferecidas sempre apenas à água.

Fiama Hasse Pais Brandão

2 comentários:

Anónimo disse...

SEGREDOS

Acaricio-os

E nessa carícia os aconchego e guardo-os do abismo

Que se desenrola fundo e os protejo

Junto a mim

Como se os embalace eternamente até ao sono

Protegidos

Ao colo de uma mãe que não tem como

Juntá-los nas pecinhas que nós somos


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Dezembro de 2008

Anónimo disse...

Assentei o amor pelos meus nessa dádiva de sangue, assim como a mãe assenta o seu amor no leite que dá. É aí que reside o mistério. É preciso começar pelo sacrifício para alicerçar o amor. (Saint-Exupéry)
Um bjs, MM