Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
21 abril 2008
É a minha forma de dizer "boa noite"
Este mês de Abril custa a passar.
Os outros também custaram... Mas o passado recente não pesa tanto como a perspectiva do tempo a passar, com o peso da ausência.
E volto-me sempre para o passado, em busca de rastos de presença dum filho que tive, em tempos.
Sei que o dia 20 de Abril de 2007 foi um dia de grande agitação.
O David esteve em Braga, no Teatro Circo, para o espectáculo João. Levantou-se cedo para ir montar as luzes; voltou, ao Porto, para uma sessão de massagens e regressou a Braga para o concerto das 21:30.
E eu, aflita, com o desgaste que isso lhe provocava.
Ainda bem que ele teimava em fazer o que queria. Pelo menos, vivia a vida que lhe agradava e fazia aquilo de que gostava.
E foi precisa coragem para não se deixar abater.
Eu fazia o que podia - medicamentos do Sr. António sempre prontos para as viagens, massagens nos pés e nas mãos, cremes nas erupções que lhe apareciam na pele, a seguir aos tratamentos.
Andava cheio de trabalho e projectos em fase de lançamento.
A estreia do "Zeca", na casa da Música, aproximava-se e estava determinado a acompanhar o Drumming, numa longa tournée.
Passaria o aniversário em Faro e viria por Sines, passando, depois, por Lisboa. E eu iria. Alterei aulas, antecipei outras, reservei quartos de hotel.
Mesmo cansado das quimioterapias semanais, não resistia à "estrada".
Cá em casa, esta agitação fazia-nos sentir que as nuvens da doença estavam longe.
Cheguei a acreditar que lhe/nos estava a ser dada uma segunda oportunidade de recomeçar a vida!
Quanta ilusão...
Outra despedida
Querido Dabidum e amigão
Quando leres estas palavras, estarás aí no céu e nós aqui, no inferno das saudades que nos deixaste.
Se não posso falar de justiça, também não relatarei o quanto para mim sempre foste e representaste!
Tiraram-te a vida e, pela minha parte, perdi um enorme amigo.
Não sei se, nem quando, te vou encontrar...mas vai pagar a dobrar esta tristeza com que nos inundaste.
Um abraço amigo do Tony
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1 comentário:
No dia 27 de Abril o areal de Moledo, junto à tua rocha, ficará cheio de pétalas de todas as cores como se fossem as luzes dos espectáculos que o David realizou,que acompanhaste, que sabes de cor e nos quais estiveste SEMPRE presente.
Sei que não te vou ver (não te preocupes porque será melhor assim) mas irei lá com a Diana e com o Alex.
Beijos.
Nini
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