18 abril 2009

18...18...18



Passou mais um dia 18 - dia em que morreste.
Passaram 18 meses, desde 18 de Outubro.
Depois dos 18 meses, em que vivemos, contando cada fracção de tempo.
Saboreando cada pedacinho bom,
querendo sempre acreditar que talvez pudesse ser
para sempre.
Virando, teimosamente, a cara,
apesar das lágrimas e do sufoco e da raiva, a cada recaída...
Não podíamos parar.
Nunca parámos.
Nunca paraste.
E a percepção do tempo perdeu-se.
Eu girava à tua volta ... que mais podia fazer?.
Vivia no centro do furacão, sem me aperceber do que se passava fora dele.
Não dei conta.
Sobrou o depois e, agora, o tempo é sempre tempo sem ti.
Amanheço e adormeço num tempo
que sinto sempre de falta de alguma coisa em mim.
Conto os dias.
Conto-os, apenas porque sim...
Sem qualquer outro motivo.
Apenas, porque sim.
Não houve desdedidas.
Não deixei que houvesse.
Ninguém ia partir ou viajar...
Mas, agora, despeço-me de ti,
a cada dia que passa.


Na luz das estrelas

4 comentários:

Ana Cristina disse...

Saudades de ti meu querido David.
Adoro-te.

Um abraço apertado.
(daqueles em que me dizias com um sorriso:"...já chega,Nini...")

Nini

manuela baptista disse...

Se fosse assim fácil ser pequeno, ser criança e acreditar em fadas

Se fosse assim fácil ter projectos, depois do nada se instalar, depois de termos desinstalado o nada

Se fosse assim fácil ter um apagador e arrancar em cada mês um dia,em cada ano um mês e em cada dia uma hora

Se fosse assim fácil dizer que vai passar, sabendo que não passa, apenas muda e mudando fica igual

Se fosse assim fácil, contar e parar de contar e recontar e dizer adeus e sentir apenas desadeus

Se fosse assim fácil cada dor, a dor não seria dor mas desamor e o amor não era grande mas pequeno

Se fosse assim fácil despedir, não era dar, era pedir era exigir

Se fosse assim fácil, tão fácil, molhávamos uma Madalena no chá preto e encontrávamos o tempo perdido

Manuela Baptista

jaime latino ferreira disse...

O BRILHO DAS ESTRELAS


Deixam as estrelas um traço de luz
Farrapo
Lenço que se acena como um trapo
Um fio de voz que canta onde eu a puz
Que chora e grita ri e me conduz

Um traço que é imenso
Guardanapo
Dezoito vezes mais sem ter um lapso
Dezoito a triplicar aquilo que penso
Do traço que deixaste e que é intenso

Brilham as estrelas e me convenço
Do lastro
Da impressão eterna do seu castro
Por mais tosco que fosse o que compuz
Ruinas que assinalam o firmamento


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Abril de 2009

Anónimo disse...

Olá, David. Adeus, david. Até sempre David!
MM