Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
30 outubro 2008
Frio
Arrepio
Estendo a minha mão vazia Na ausência expectante Da tua mão esguia ... Na melancolia do tempo Que não pára Sinto-a distante ... Mas meiga Terna Eterna Cantante
Manuela Baptista Estoril,29 de Outubro 2008
5 comentários:
Anónimo
disse...
Querida MM,
Torres Gémeas ...
As Twin Towers, quando caíram, marcaram indeléveis o mundo e não apenas os States, pulvinhando-o de almas num sulco ou cicatriz difícil de sarar e que para sempre como ruga, profunda e incontornável, a todos nos passou a moldar e independentemente da perspectiva de que se parta, num antes e num depois que nunca mais foi igual ao que foi antes.
Nem pode voltar a ser!!!
Não vivemos num mundo seguro, assim o éramos tentados a julgar dantes, a segurança é relativa e dela, quando a temos, ainda agora, hoje (!) outros horríveis atentados houve no Paquistão e na Índia (!), só podemos por ela zelar e dar graças quando a temos!
Gémea ou congruente Consigo mesma, Isabel Venâncio, incapaz porque o não pode nem deve fazer (!), deixa não apenas em a Casa da Venância mas também em Pintada de Fresco a sua impressão digital, pois que se é inabalavelmente Sua, por mais que se pinte, não pode deixar de a imprimir e onde quer que seja.
Nesse recuo ou aparente desmoronamento, Isabel, afinal, à incontornável dor vai buscar todas as forças e defesas também, porque as forças de qualquer um de nós também nas nossas defesas assentam (!), como as sociedades também não só no luto mas na prevenção as encontram, para mal ou bem, aos poucos e por avanços e recuos, poderem, não ruírem mas prosseguir, alicerçadamente reforçadas na incontornável dor, continuar!
Vou indo escreve Isabel e ainda que com frio ...!
E mesmo na profunda simbologia das torres, como o escreveu minha mulher, delas houve quem, heroicamente, sobrevivesse!
Tal como o Holocausto e todos os holocaustos que vão povoando, fantasmaticamente o mundo, o das Twin Towers porque o foi (!), não é para ser esquecido!
A perda do David e como o grita, grita e canta Isabel, também ela não quer que o seja!
Perplexa e ao contrário do que aparentemente Isabel aqui e ali o vai publicamente afirmando, a mãe encontra nesta Sua exaltação do filho morto mas que quer, para sempre, recordado e vivo, tornado eterno, perplexa, dizia, Isabel tempera a força e o sonho na dor e prossegue, sem cair nem desmoronar-se, o seu caminho!
Na dor crescemos todos, individual e colectivamente e assim saibamos não perder o pé, persistir no sonho, amadurecer e mais crescer.
E mesmo quando se cai, podemos sempre levantarmo-nos de novo e não ruir!
Desculpe-me, respeitosamente
Jaime Latino Ferreira Estoril, 30 de Outubro de 2008
Mais uma vêz..ao acaso, encontei algo e lembrei-me da Isabel. Um bjs, MM Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.
Caro Jaine Latino Ferreira Agradeço as suas palavras, sábias, ponderadas.A analogia às torres Gémeas, foi pura e simplesmente utilizada,para exemplificar o que sinto quando, por vezes, leio a Isabel. Uma força interior incrível, uma aparência exterior aparentemente calma, um turbilhão de emoções dolorosas. Agradecida, no entanto, por outra perspectiva,
5 comentários:
Querida MM,
Torres Gémeas ...
As Twin Towers, quando caíram, marcaram indeléveis o mundo e não apenas os States, pulvinhando-o de almas num sulco ou cicatriz difícil de sarar e que para sempre como ruga, profunda e incontornável, a todos nos passou a moldar e independentemente da perspectiva de que se parta, num antes e num depois que nunca mais foi igual ao que foi antes.
Nem pode voltar a ser!!!
Não vivemos num mundo seguro, assim o éramos tentados a julgar dantes, a segurança é relativa e dela, quando a temos, ainda agora, hoje (!) outros horríveis atentados houve no Paquistão e na Índia (!), só podemos por ela zelar e dar graças quando a temos!
Gémea ou congruente Consigo mesma, Isabel Venâncio, incapaz porque o não pode nem deve fazer (!), deixa não apenas em a Casa da Venância mas também em Pintada de Fresco a sua impressão digital, pois que se é inabalavelmente Sua, por mais que se pinte, não pode deixar de a imprimir e onde quer que seja.
Nesse recuo ou aparente desmoronamento, Isabel, afinal, à incontornável dor vai buscar todas as forças e defesas também, porque as forças de qualquer um de nós também nas nossas defesas assentam (!), como as sociedades também não só no luto mas na prevenção as encontram, para mal ou bem, aos poucos e por avanços e recuos, poderem, não ruírem mas prosseguir, alicerçadamente reforçadas na incontornável dor, continuar!
Vou indo escreve Isabel e ainda que com frio ...!
E mesmo na profunda simbologia das torres, como o escreveu minha mulher, delas houve quem, heroicamente, sobrevivesse!
Tal como o Holocausto e todos os holocaustos que vão povoando, fantasmaticamente o mundo, o das Twin Towers porque o foi (!), não é para ser esquecido!
A perda do David e como o grita, grita e canta Isabel, também ela não quer que o seja!
Perplexa e ao contrário do que aparentemente Isabel aqui e ali o vai publicamente afirmando, a mãe encontra nesta Sua exaltação do filho morto mas que quer, para sempre, recordado e vivo, tornado eterno, perplexa, dizia, Isabel tempera a força e o sonho na dor e prossegue, sem cair nem desmoronar-se, o seu caminho!
Na dor crescemos todos, individual e colectivamente e assim saibamos não perder o pé, persistir no sonho, amadurecer e mais crescer.
E mesmo quando se cai, podemos sempre levantarmo-nos de novo e não ruir!
Desculpe-me, respeitosamente
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 30 de Outubro de 2008
Mais uma vêz..ao acaso, encontei algo e lembrei-me da Isabel.
Um bjs,
MM
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(C. Drummond de Andrade)
A IMPRESENÇA
Estando fisicamente lá
Onde quer que seja
Ausento-me
Retiro-me para outro lado
E nele não estando
Estou
Imaterial e presente
Nele esvoaço etéreo
E pressinto
Sinto antes de sentir
Em tudo o que invento
O que não estando eu
intento
E quando escrevo
Logo a ausência transporto
Materializo e aporto
Na presença que não estando
Fica a meu comando
-.-
E choro e rio e danço
Alegre melancolia
Contradigo e logo avanço
-.-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 30 de Outubro de 2008
Isabel,
Hoje deixo-lhe um beijinho apenas. Só para dizer que ando por aqui, mesmo quando não escrevo.
Branca
Caro Jaine Latino Ferreira
Agradeço as suas palavras, sábias, ponderadas.A analogia às torres Gémeas, foi pura e simplesmente utilizada,para exemplificar o que sinto quando, por vezes, leio a Isabel. Uma força interior incrível, uma aparência exterior aparentemente calma, um turbilhão de emoções dolorosas.
Agradecida, no entanto, por outra perspectiva,
MM
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