Ontem passou mais um 18 de 19 meses sobre a tua morte.
E eu continuo a rodar à minha volta e há dias em que a tristeza da saudade se torna insuportável.
Basta-me entrar no carro, para, enfim, chorar sem ninguém a olhar.
Basta uma música.
As imagens duma cama branca, num quarto branco envolto em luz de um dia claro...são tão, tão nítidas.
É tão perturbante o contraste entre a claridade do dia, lá fora, e poço fundo escuro, cá dentro de mim, nesse dia.
Como se, de tudo o que se passou, se tivessem fixado estas, exactamente e apenas estas, a preto e branco, e indeléveis, na minha retina.
Apesar de já saber como ia ser, não estava preparada.
Pensava que estava porque me foram dizendo e repetindo ... e eu acenando que sim, que sim...que sabia que ia ser assim, talvez hoje; talvez daqui a pouco!
Mas depois, NÃO!
Puro engano.
Aquela tarde estava errada; não era dali; era dum outro tempo vago e alheio a qualquer sentir.
Que engano amargo.
Não estava preparada para continuar a caminhar, sem ti.
A verdade é que ainda não estou.
Mas caminho...
Tu vens comigo, neste meu caminhar, levo sons teus, de jovem. De muito jovem...
Terias 17/19 anos...
E eu continuo a rodar à minha volta e há dias em que a tristeza da saudade se torna insuportável.
Basta-me entrar no carro, para, enfim, chorar sem ninguém a olhar.
Basta uma música.
As imagens duma cama branca, num quarto branco envolto em luz de um dia claro...são tão, tão nítidas.
É tão perturbante o contraste entre a claridade do dia, lá fora, e poço fundo escuro, cá dentro de mim, nesse dia.
Como se, de tudo o que se passou, se tivessem fixado estas, exactamente e apenas estas, a preto e branco, e indeléveis, na minha retina.
Apesar de já saber como ia ser, não estava preparada.
Pensava que estava porque me foram dizendo e repetindo ... e eu acenando que sim, que sim...que sabia que ia ser assim, talvez hoje; talvez daqui a pouco!
Mas depois, NÃO!
Puro engano.
Aquela tarde estava errada; não era dali; era dum outro tempo vago e alheio a qualquer sentir.
Que engano amargo.
Não estava preparada para continuar a caminhar, sem ti.
A verdade é que ainda não estou.
Mas caminho...
Tu vens comigo, neste meu caminhar, levo sons teus, de jovem. De muito jovem...
Terias 17/19 anos...
Bernardo Sassetti
Olá, caros ouvintes, eu chamo-me David Sobral.
Sejam bem vindos a mais um jazz faz tarde.
É com prazer que anuncio que esta é a primeira semana dedicada exclusivamente ao jazz português.
Desde o início da rubrica que fomos convidando músicos portugueses mas esta semana é-lhes dedicada, única e exclusivamente.
Hoje vamos falar sobre um pianista nascido em Lisboa no ano de 1970; chama-se Bernardo Sassetti.
Bernardo começou a estudar piano clássico aos 9 anos, com Maria Fernanda Costa, e, a partir daí, tem-se dedicado apenas ao jazz. Aos 18 anos começou a tocar profissionalmente com grupos portugueses.
Desde então, Sassetti já tocou um pouco por todo o mundo com outros músicos bem conhecidos como são Paquito D’Rivera, Freddie Hubbard, Benny Golson, entre outros...
Além do jazz, Bernardo também compõe música para filmes.
O tema que vamos escutar hoje chama-se “Mali M’Bule Baba” e faz parte do disco “Passagem” do saxofonista Carlos Martins.
Esta não será a primeira e última vez que Bernardo vem ao jazz faz tarde, ... fiquem atentos. Até logo...
5 comentários:
ISABEL VENÂNCIO
Querida Amiga,
Há qualquer coisa na Sua voz que eu não oiço mas que aqui se estampa neste Seu texto e que me diz persentir-Lhe uma maior vontade e determinação e pese embora toda a dor e revolta que não duvido, como o poderia (!?), ser genuina, sentida, inconformada, quase insuportável.
Como se, na fotografia do topo da página ou nos acordes dedilhados por Sassetti numa câmara que deambula ao acaso e sem destino pelas ruas da cidade, a sombra tutelar de Seu filho em Si insistisse em A fazer persistir na incançável busca de alguma paz e conformação.
Não para que se vergue à dor mas para que dela faça, isso sim, a Sua grande força!
Um beijimho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Maio de 2009
Um beijinho grande.
Olga
A foto que acompanha este texto é impressionante,no melhor das acepções.Nela impera a figura angelical do seu amado filho David,cuja humanidade benévola se capta das evocativas palavras da Isabel e das fotos que claramente a reflectem.Há caminhos que se percorrem sem se saber para onde vamos,mas algo,no fundo das nossas almas,nos diz:"Continua...depois saberás".
Uma saudade permanente de ti,querido David.
Vai durar para sempre seja quanto tempo este sempre fôr.
Beijinhos.
Nini
Com O Tempo
Desfoco
enfoco
a natureza perversa
do tempo
ponho os óculos
embacio as lentes
lambo o sal
que me seca a face
a chave
na ignição
desencantada
deste fundo
Manuela Baptista
Estoril, 19 de Maio 2009
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