04 julho 2011

Maria Gadú


Casa da Música. Maria Gadú.
Vou aumentando a frequência das idas a espectáculos de música; sobretudo na Casa da Música, onde há alguma garantia de qualidade.
Uma vez por outra, sento-me à frente do computador e navego na programação da CdM. O David ficaria contente com esta sua mãe.
E compro, às vezes, de uma assentada, três ou quatro espectáculos.
Não sabia nada desta Maria Gadú, tirando o que fui procurar no You Tube e pareceu-me de arriscar.
E foi um belíssimo espectáculo de luz, música e bom som.
A plateia estava cheia; muitos brasileiros.

Maria Gadú tem muito talento; uma voz bonita, muito versátil (do Jazz à MPB, passando pelo Rock)
O David está, especialmente comigo, nestas minhas idas à CdM. Com o Manel também.
As primeiras vezes que fomos a concertos, depois de o David morrer, foram extremamente dolorosas.
Ainda choro, na penumbra da plateia.
Ainda não entendo.
Ainda olho lá para trás, lá em cima, para onde o David estava quando fez as luzes do primeiro espectáculo da CdM, quando esperou que eu e as minhas canadianas chegássemos aos nossos lugares. E só então se apagaram as luzes da enorme sala.
Esperou por mim. A casa estava cheia, os espectadores não se terão apercebido da minha chegada ao lugar.
Mas eu soube que, naquela noite, fui aquela por quem se aguardou para dar início ao concerto.
Iluminar o palco, baixar as luzes da plateia, estava nas mãos do David.
E ele e também o Sérgio seguiram com os olhos a minha subida lenta da escadaria (cirurgia recente ao joelho).
Então, o David levantou-me a mão em v de "vitória" e deu-se início à peça "Da primeira liberdade".

Vou mais vezes, à CdM, mas choro sempre no escuro.
E chorei também desta vez, quando a Maria Gadú cantou "Ne me quitte pas" de Jacques Brel.


Tão invulgar a mistura do francês, uma cantora brasileira e uma canção que sempre me faz chorar, desde que te foste, David.
E eu tenho tantas, tantas saudades.
De ti.
David.


1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Isabel.Desculpe a minha intromissão, mas não evitei viajar por este blog, marcado por uma saudade eterna.
Sou jornalista, trabalho para a SIC, e gostaria de saber se estaria disposta a falar comigo.
Caso esteja, deixo aqui o meu email:
claudiabritocarvalho@gmail.com