Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
07 janeiro 2009
A leveza das lágrimas
Sinto-me ausente neste espaço novo de que não reconheço as margens.
Moram em mim caminhos parados no tempo; gestos de desamparo; gestos doridos.
A saudade aninhou-se bem fundo, quietinha, imutável, na dureza da lonjura, tão próxima, tão quente de vida.
A saudade revela-me todos os segredos.
Permite-me situar cada gesto, cada passo, cada vitória, cada derrota, novo sorriso e nova derrota.
Cruelmente, vai desvendando alegrias que não passaram de embrião.
Persigo, nas esquinas, recortes do que passou …
Continuo sem compreender o que nos afastou.
No meu coração encarcerado, as lágrimas fazem parte do meu quotidiano; não as estranho.
Um dia sem lágrimas é um dia em que sinto mais pesada a dor; em que me fecho.
As lágrimas são leveza.
São bem-vindas, ... por estranho que pareça.
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3 comentários:
PINGO DE CHUVA
Uma lágrima é como um pingo de chuva
Cai e quando cai desanuvia
Fertiliza a saudade e fá-la desabrochar dos seus segredos
De aninhada no fundo e quente de vida como embrião desabrocha em planta sequiosa que irrompe da fertilizada terra
E tudo se clarifica e levita
Vem a lágrima do céu e a saudade da terra
Cruzam caminhos e ramificam-se em todos os sentidos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Janeiro de 2009
Às vezes, Isabel, não sei se lhe acontece, interrogamo-nos de onde vem tanta lágrima, não é?Parece infinita! Mas antes assim!Quando já não conseguimos chorar, a dor é muito maior.
Um bj,
MM
Olá!!!
Passei para deixar um beijinho e um sorriso!!
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