Dizer o quê?
Dizer que o David ficaria muito contente, sorriria de satisfação, com o Fado - Património.
Sim, estranhamente, o meu rapazinho do Jazz aprendeu a apreciar certas sonoridades do fado. E eu, com ele.
Também eu e o Manel ficámos contentes (e tristes)!
Sempre a satisfação permeada de tristeza ... por ele.
Dizer o quê?
Dizer que fui, mais uma vez, a Arouca.
Terra lindíssima ... porque a trago comigo nas recordações doces da minha adolescência (em que fui feliz) - o vale, a Senhora da Mó, a Serra da Freita, o meu colégio, depois a avenida que sobe por entre o largo e o Mosteiro de Santa Mafalda, o edifício da câmara ao cimo e a rua (onde vivemos) ao lado.
E o cheiro da terra fria, embebida de gotas de orvalho, ao anoitecer.
Eu e a minha amiga Belita.
A nossa juventude por entre piqueniques, passeios à Serra, descidas da Frecha da Mizarela.
O eco dos risos, por entre as escarpas, misturados com o som da cascata.
O twist ensaiado, nos intervalos das aulas!
As aulas de viola e bateria ...
Lembro-me tão bem!
Depois, aquela mesma sensação de um tempo silencioso que escorreu, veloz, por entre imagens desfocadas.
Em que o perfil do David sobressai.
E se fixa debaixo das minhas pálpebras.
Tão nítido.
Há uma ponte suspensa entre esse tempo antigo e agora.
Como se, algures, eu tivesse errado no caminho.
Dizer que o David ficaria muito contente, sorriria de satisfação, com o Fado - Património.
Sim, estranhamente, o meu rapazinho do Jazz aprendeu a apreciar certas sonoridades do fado. E eu, com ele.
Também eu e o Manel ficámos contentes (e tristes)!
Sempre a satisfação permeada de tristeza ... por ele.
Dizer o quê?
Dizer que fui, mais uma vez, a Arouca.
Terra lindíssima ... porque a trago comigo nas recordações doces da minha adolescência (em que fui feliz) - o vale, a Senhora da Mó, a Serra da Freita, o meu colégio, depois a avenida que sobe por entre o largo e o Mosteiro de Santa Mafalda, o edifício da câmara ao cimo e a rua (onde vivemos) ao lado.
E o cheiro da terra fria, embebida de gotas de orvalho, ao anoitecer.
Eu e a minha amiga Belita.
A nossa juventude por entre piqueniques, passeios à Serra, descidas da Frecha da Mizarela.
O eco dos risos, por entre as escarpas, misturados com o som da cascata.
O twist ensaiado, nos intervalos das aulas!
As aulas de viola e bateria ...
Lembro-me tão bem!
Depois, aquela mesma sensação de um tempo silencioso que escorreu, veloz, por entre imagens desfocadas.
Em que o perfil do David sobressai.
E se fixa debaixo das minhas pálpebras.
Tão nítido.
Há uma ponte suspensa entre esse tempo antigo e agora.
Como se, algures, eu tivesse errado no caminho.
2 comentários:
As minhas memórias da infância/adolescência são tão desfocadas..mas recordo os caminhos de Arouca(mas não o rosto das pessoas).É estranho.Como estranho foram os caminhos do "destino".
Bjis*
CHORAR EM PÚBLICO
Miguel Esteves Cardoso – 28-11-2011
" Quando sair este jornal, a Maria João e eu estaremos a caminho do IPO de Lisboa, à porta do qual compraremos o PÚBLICO de hoje. Hoje ela será internada e hoje à noite, desde o mês de Setembro do ano passado, será a primeira vez que dormiremos sem ser jun...tos.
... ...
O meu plano é que, quando me expulsarem do IPO, ela se lembre de ir ler o PÚBLICO... e leia esta crónica a dizer que já estou cheio de saudades dela. É a melhor maneira que tenho de estar perto dela, quando não me deixam estar. Mesmo ficando num hotel a 30 passos dela, dói-me de muito mais longe.
...
O IPO consegue ser uma segunda casa. Nenhum outro hospital consegue ser isso. Podem ser hospitais muito bons. Mas não são como uma casa. O IPO é. Há uma alegria, um humor, uma dedicação e uma solidariedade, bem-educada e generosa, que não poderiam ser mais diferentes da nossa atitude e maneira de ser - resignada, fatalista e piegas - que são o default institucional da nacionalidade portuguesa. É graxa? Para que tratem bem a Maria João? Talvez seja. Mas é merecida. Até porque toda a gente que os três IPO de Portugal tratam é tratada como se tivesse direito a todas as regalias. Há muitos elogios que, não obstante serem feitos para nos beneficiarem, não deixam de ser absolutamente justos e justificados.
Este é um deles. Eu estou aqui ao pé de ti. Como tu estás ao pé de mim. Chorar em público é como pedir que nada de mau nos aconteça.É uma sorte. É o contrário do luto. Volta para mim. "
Isabel, li este texto, comovi-me e lembrei-me de si. Lembrei-me do David, lembrei-me da "minha" Cláudia. Um beijo
MM
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