Acontece continuar a abrir dossiers do David, relacionados com o curso ou com música. Na maior parte das vezes, limito-me a folhear as páginas, em busca da letra dele, sempre escrita com caneta de tinta permanente (não usava esferográfica). Só para olhar para a letra dele.
É uma letra torta mas muito perceptível; fora do vulgar mas perfeitamente legível.
Descobri, hoje, que nas páginas de trás dos textos sobre o Jazz, também escrevia.
Para aproveitar o papel.
O David tinha o vício de rabiscar coisas, em todo o lado. Um pouco como eu ...
Mas os textos dele tendiam a ser textos de opinião sobre espectáculos, sobre a luz ou sobre a música. Alguns são muito interessantes.
Outros, um pouco juvenis, ainda.
Hoje, fica mais um aqui.
Para que não se percam.
Em cada texto, procuro o meu filho.
É uma letra torta mas muito perceptível; fora do vulgar mas perfeitamente legível.
Descobri, hoje, que nas páginas de trás dos textos sobre o Jazz, também escrevia.
Para aproveitar o papel.
O David tinha o vício de rabiscar coisas, em todo o lado. Um pouco como eu ...
Mas os textos dele tendiam a ser textos de opinião sobre espectáculos, sobre a luz ou sobre a música. Alguns são muito interessantes.
Outros, um pouco juvenis, ainda.
Hoje, fica mais um aqui.
Para que não se percam.
Em cada texto, procuro o meu filho.
Posfácio
O design será sempre uma nova área. Um bom designer, na minha opinião, distingue-se por procurar estar sempre. Assim como os cientistas e investigadores que quebram as barreiras do conhecimento e saltam do escuro, à procura de luz.
Os designers são os investigadores, os cientistas da estética, do gosto, dos desejos de cada um.
Eu espero chegar à frente e não perder o lugar. Quero consegui-lo mas sem perder o contacto com tudo o que está à volta. O objectivo é abrir caminho para que todos passem. Como designer, não quero servir apenas para entreter ou animar alguém. Quero ir mais além.
Assim como um designer de interiores proporciona o bem estar, ao mesmo tempo que consegue tirar melhor proveito dos espaços, também de som ou de luz deve procurar a mesma ambivalência.
Deve não só agradar mas também ser capaz de influenciar a vida através do seu trabalho.
Um momento de felicidade pode não ser momentâneo, caso fique preso na nossa memória.
Esse momento real pode não ser vivido outra vez mas não é possível apagar apagar a recordação.
A finalidade do design, seja do som, da luz ou outra área qualquer ... é a de criar momentos que fiquem presos a nós e, se possível, mudem o nosso trajecto pessoal.
David Sobral
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