Moledo, os meus 3 pinheiros
Não as procuro, mas cada dia me traz as imagens de cada dia passado.
Acordei com um bilhetinho colado do lado esquerdo do peito "Foi num dia 12 de Outubro que o meu filho dormiu, aqui, nesta casa, pela última vez."
Estava colado naquele lado, onde o coração se partiu em mil corações pequeninos para que, depois do David, os outros tenham direito a um coração por inteiro.
É possível.
Dentro do possível, já que nada voltou a ser o que foi.
Esse estado de ser diferente, acho-o natural.
Dirão que é masoquismo.
Não é.
Apenas e sempre, é saudade.
4 comentários:
Ai Isabel!
Hoje sou eu, que por aqui fico num silêncio contemplado
do Ganso, que encontrou finalmente os seus pares e um lago de água fresca
dos três Pinheiros
mansos como cordeiros
e daquele que envelhece
em raízes e terra
Temos que desenhar este caminho que percorremos.
Um abraço
Manuela Baptista
SAUDADE
Saudade o é
ter perdido aquela idade
em que julgando ser tarde
nunca o é
no coração que em si arde
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Outubro de 2009
À noitinha o meu tlm. tocou.
Não fui a tempo de atender.
Não conhecia o número.
Liguei de volta (não fosse alguma urgência de serviço).
Do lado de lá a voz firme mas trémula de um jovem apresentou-se como amigo do David Sobral...do meu sobrinho.
O silêncho instalou-se e fiquei sem resposta,apenas à espera.
O amigo do David explicou então a razão do telefonema.
Claro que eu e a Diana lá estaremos no jantar do próximo domingo -dia 18 de Outubro,às 21h - 2 anos depois de 2007...numa homenagem que os amigos do David lhe estão a organizar.
Quando desliguei o tlm. guardei o número do amigo do David.
Sempre que à noite abro a "casa da venância" raramente saio sem lágrimas nos olhos,raramente aguento o impulso de descansar os olhos na foto do David e quase sempre, depois de desligar o portátil e para "me esconder" da Diana,saio com o Alex para o passeio da noite em passo lento e de coração apertado.
Hoje as lágrimas soltaram-se no fim do telefonema do amigo do David Sobral e ainda corriam quando abri a "casa da venância".
Hoje não escondi a imensa saudade que sinto do meu querido David,pese embora saiba que a Diana fica aflita por não saber o que dizer ou fazer.
Não há nada a dizer ou fazer.
Apenas desligar o portátil e sentir a alegria do Alex quando o chamar para ir à rua dar o passeio da noite.
Uma noite quente de Outubro.
Nini
"Apenas e sempre é saudade", eu percebo-a Isabel e percebo como esses pinheiros lhe avivam a saudade. Moledo já é por si só mágico, também os pinheiros que rodeiam e em alguns casos fazem parte do espaço das moradias que se estendem até ao belo Pinhal de Camarido.
Como é que essa lembrança associada ao David não há-de ser uma eterna saudade?
E por falar em Moledo, convido-a a visitar as lindas fotografias de Adelino Marques,residente em Gondomar e frequentador de Moledo. SErá que conhece?
POde visitar em http://adelinomarques.blogspot.com/
Beijinhos para si.
Branca
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