Ando um pouco à toa...
É Julho; Julho de 2007; Julho de idas a Paris e Madrid e Barcelona.
Ando um pouco à toa.
Saltito de pensamento para pensamento; de agora para antes.
O meu cunhado veio do Brasil, passar uns dias de férias.
Contou que tinha visto numa das ruas de S. Paulo, uma rua de instrumentos musicais, um "sósia" do David.
O meu cunhado gostava muito do David e esta amizade era, igualmente, retribuída.
O sentido de humor era uma característica que tinham em comum.
Não duvido, portanto, das semelhanças que ele disse ter visto.
Ando tão à toa!
O David gostaria de aproveitar o alojamento do tio, no Brasil.
Adorou o Brasil quando lé foi com o Drumming e disse, muitas vezes, que lá voltaria - a boa música, a boa comida, a boa luz - apesar do calor!
Não tenho dúvidas.
Mas...ando à toa.
Não imagino o que seria eu ver alguém muito parecido com o David.
Não teria o mesmo brilho, ironia e meiguice nos olhos. Disso tenho a certeza.
Mesmo assim ... ficaria triste.
Mais triste.
Mais dorida.
A tristeza é também uma forma de dor.
A saudade é uma manifestação de dor.
Que sinto.
Mas não dói.
Ou dói muito, mas de forma diferente.
Verga-nos também.
Dói mais?
Dói menos?
P.S. Também a propósito, da dor, no blog "A música das palavras", do Jaime.
A quem desejo melhoras.
Dores
"Até o fim" de Chico Buarque
3 comentários:
ISABEL VENÂNCIO
Querida Amiga,
Como poderia deixar de cá vir outra vez ...!?
Obrigado pelos desejos que me manifesta e oxalá sejam, em breve, satisfeitos.
Um beijinho reconhecido
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Julho de 2009
Isabel,
Quero-lhe contar que entendo muito bem esses relâmpagos de tempo em que se desenham à nossa frente um rosto, uns olhos, o baloiçar de um cabelo, os gestos de uma mão.
Roubados, emprestados pelos que amamos e nos deixaram e pelos que continuam perto de nós.
Proust conseguiu descrever na perfeição esta sensação desconcertante e que me fascina.
Por isso li os sete volumes de “Em busca do Tempo Perdido” e continuaria a ler, se ele tivesse escrito o dobro. Eu sozinha não sei explicar.
A dor, as dores, a saudade, a tristeza, andando à toa como os relâmpagos do tempo, que umas vezes nos baloiçam, outras nos fulminam com a meiguice de um olhar.
E aqui, longe do Brasil que também amo e onde tenho amigos, recordo o cheiro de uma salada de aipim, levanto o meu copo de cachaça pura e brindo ao seu filho, Menino de muitos rios.
Às vezes, é bom ter a cabeça a andar à roda.
Um abraço,
Manuela Baptista
Estoril, 18 de Julho 2009
Manuela
Muito obrigada pelo brinde ao David e pela maneira bonita e sensível com que sempre escreve.
No dia 18, 21 meses ...
Um beijo
Isabel Venâncio
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