Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
18 agosto 2008
10 meses
Travei muitas batalhas.
Mas a maior e mais determinada, contra tudo e contra todos e desde o início, foi que o meu filho acreditasse sempre que haveria um dia seguinte e mais outro e mais outro.
Um rapazinho no início da vida, cheio de projectos e vitalidade tem direito a ter um dia seguinte.
Mesmo sabendo-se que, talvez, não tivesse ...
E essa incerteza me queimasse as entranhas.
Ganhei (acho...) essa batalha, porque só ele contava.
Mas foi uma vitória amarga, é a minha derrota.
Faz, hoje, 10 meses que o David acordou para o dia seguinte, mas num lugar longínquo.
Estendo a mão em busca da mão dele, mas só recebo o aperto do vazio frio que ficou.
E me acorda dum sono não dormido.
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8 comentários:
Um beijo para ti e um atirado para o infinito, para o David!
Nini
Não, Isabel, não!
O David não acordou num lugar longínquo... Ele está no seu coração, no ar que respira, no seu pensamento. Mas é só essa recordação que tem direito de usufruir. A mão dele já não está cá e o espírito está no tal lugar (não longínquo, pois na espiritualidade não há distâncias), e estará pronto para viver novas existências físicas quando se libertar completamente desta última.
Lembre-se disto, Isabel, o David ainda poderá ser muito feliz!
Beijinhos e agarre com força esse menino novo que é o seu neto...
Albertina
olá Isabel
passei em silêncio só para lhe deixar um beijinho de coragem de força e muita Fé
beijinhos do tamanho do Mundo
Olá Isabel
Querida anónima,fiquei feliz por o meu video lhe ter dado algum alento...
O David não está longe... Ele está ao seu lado, no seu coração e até nos de quem visita este espaço.
Não conheço a praia de Moledo! Não sei se já reparou mas os anúncios da Super Bock (passo a publicidade) fazem referência á praia de Moledo... o que eu penso em si quando os vejo.
Não estenda a mão, coloque-a no seu coração, o seu David está lá
Beijinhos
Linda
Querida Isabel, o meu sogro morreu de cancro há pouco mais de um ano. Ainda hoje guardo o número de telefone dele e nunca chego a carregar no botão verde porque assim há sempre a réstia de esperança que ele ainda possa atender. Não se atenua a dor, não se explica, não chega o que fica, mas há uns sopros no pescoço que parecem ser de alguém que não se vê... Um abraço muito quentinho junto ao seu coração
Olá Isabel,
Tal como a Ana Cristina, envio um beijo para si e outro para o Infinito...
Ainda na próxima semana passarei por Moledo, para matar saudades da Ínsua, da visão deslumbrante e calma do Monte de Sta. Tecla, do pinhal de Camarido, das ruas pelo meio das casas de décadas, por onde sabe bem passear o silêncio da alma...talvez descubra a rocha do David e mesmo que não saiba qual é, de certeza que lhe vou sentir a presença...
Beijinho grande
Branca
Cara Isabel,
Tomo a liberdade de lhe escrever porque me sinto verdadeiramente tocada com as suas palavras.
Sei que serve de consolo saber que há mais quem sofra o mesmo que nós e, para que encontre um bocadinho deste "consolo" deixo-lhe a minha/ nossa história.
Há 7 meses (fez no dia 12) perdi a "minha" filha. Entre aspas porque não é minha de sangue. A minha melhor amiga perdeu a filha. Partilho da sua dor: a de uma mãe que perde um filho, pela dor dela que é igual à sua e pela minha própria, a de uma mãe que não é mãe que perde uma filha que não é filha e que perde uma amiga porque deixa de ser quem era (para nunca voltar, imagino eu).
É com imensa dor que ainda falo na "nossa" Carolina que com 4 anos nos foi tirada.
Com ainda mais dor, partilho consigo a oração que o colégio dela distribuiu no dia do velório e enterro:
"Querido Deus
Sabemos que a Carolina está Contigo, que partiu para a sua verdadeira vida.
Põe o nosso coração no Teu.
Envolve o nosso sofrimento no calor do Teu olhar.
Ajuda-nos a aceitar o inaceitavel.
Ensina-nos o que é o Teu Amor.
Todos os que a amam, não chorem a sua ausência, revivam e guardem na memória os momentos felizes vividos com ela.
Que essa recordação esteja sempre presente.
Quando se sentirem tristes, chamem-na.
Verão como é bom ter um Amigo no Céu."
um abraço apertado de uma desconhecida,
FR
sei que quisquer que sejam as minhas palavras não vão fazer com que a dor diminua...lutei durante dois anos para que a minha mãe tivesse o dia seguinte mas houve um dia que eu própria por a amar tanto pedi a jesus que lhe desse o dia seguinte junto dele...
Mas sabe isabel eu sinto-a nas pequenas coisas, nos momentos de aflição,quando me sinto sozinha...
vai fazer no dia 4 de setembro um ano que luto para que a minha filha Maria de 5 anos com cancro tenha o dia seguinte...
é uma luta constante mas...temos que entregar a Deus...e confiar...acreditar que o que deus decidir será o melhor para eles...
força!!!beijinhos de luz
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