Regresso aos recantos sombrios
Da casa, do sótão, da escada
A luminosidade dos dias só adivinhada
Desbravo a tua escrita distorcida
pela água
Em diários inchados que foram
Ressequidos, agora, pelo sol
intenso de agosto
Tateio uma letra, encosto-a
à vidraça, contra o dia
Vejo-a desconforme dos teus
sonhos
Que perduravam na escrita
Da tua caligrafia antiga
Expectante, o olhar toldado
Não reagrupa os traços que
me esteavam
Para avançar
Mesmo tropeçando
Tropeçar já seria bom
Pudesse eu seguir flutuando
Nas linhas a negro dos teus papéis
Perdidos
1 comentário:
Um belísimo espelho da alma, mesmo que triste, muito belo.
Beijos, Isabel
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