18 julho 2014

En mi piel


Chegas silencioso quando os meus olhos cansados se vão ausentando no escurecer de um sono oco.  A tua imagem insinua-se. Tu, o teu olhar, os nossos dias, os bons ... os outros. E o teu sorriso de menino ainda, já distante. Eu outra, a antiga, ainda com a promessa de um Julho com papoilas à tua frente. Havia tempo ... onde tempo já não havia.
A violência do que sinto atordoa, no silêncio Abro os olhos, mão estendida no escuro.
Escrever, então! Rescrever. À toa. Como forma de ópio para que a saudade acumulada se esvaia ... por agora.  E, depois, reler. Para voltar a viver. Outras vidas. Sempre a mesma, a nossa, repetida. Onde te encontro, breve.
Pouco importa! Estás. Revives nas palavras que risco.
É nesta cápsula de memória que regresso ao porto sereno da acalmia.



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