Viver à beira do abismo ... mas mergulhar nos outros!
Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
27 julho 2014
18 julho 2014
En mi piel
Chegas silencioso quando os meus olhos cansados se vão ausentando no escurecer de um sono oco. A tua imagem insinua-se. Tu, o teu olhar, os nossos dias, os bons ... os outros. E o teu sorriso de menino ainda, já distante. Eu outra, a antiga, ainda com a promessa de um Julho com papoilas à tua frente. Havia tempo ... onde tempo já não havia.
A violência do que sinto atordoa, no silêncio Abro os olhos, mão estendida no escuro.
Escrever, então! Rescrever. À toa. Como forma de ópio para que a saudade acumulada se esvaia ... por agora. E, depois, reler. Para voltar a viver. Outras vidas. Sempre a mesma, a nossa, repetida. Onde te encontro, breve.
Pouco importa! Estás. Revives nas palavras que risco.
É nesta cápsula de memória que regresso ao porto sereno da acalmia.
11 julho 2014
Pouco importa
Nestes desencontros nocturnos
Te procuro
Sabendo que te encontro
E, com isso, me basto
E me alimento
À revelia de quem olha para mim
E não me vê
Te procuro
Sabendo que te encontro
E, com isso, me basto
E me alimento
À revelia de quem olha para mim
E não me vê
03 julho 2014
Na proporção inversa da vida
O grito torna-se latente.
O suor.
Se aqui não regresso.
Às feridas abertas.
O amargo acumula-se surdo no mais fundo interior de mim.
E arde.
Se aqui não venho, sarar-me.
Há os outros ... lá fora.
Mas em mim nada mudou.
A saudade transborda, a névoa da ausência adensa-se.
Intensa, não abranda.
Dispersa-se nas entranhas dos meus poros, sedentos de um toque ou de um estender de mão.
Da tua mão.
Ou de um abraço.
A leveza, ainda que sempre passageira, ausentou-se de mim.
Os sonhos, ainda que simples, perderam-se no tempo em que eras.
Pareço diferente? Não sou ...
Mas há os outros ...
Sou a tua mesma mãe dorida e derrotada por uma luta vã.
Ainda em luto, aconchego o fingir, dentro de mim.
Como se natural.
Desdobro-me em duas.
Como se natural.
Fosse o reverso da vida.
O suor.
Se aqui não regresso.
Às feridas abertas.
O amargo acumula-se surdo no mais fundo interior de mim.
E arde.
Se aqui não venho, sarar-me.
Há os outros ... lá fora.
Mas em mim nada mudou.
A saudade transborda, a névoa da ausência adensa-se.
Intensa, não abranda.
Dispersa-se nas entranhas dos meus poros, sedentos de um toque ou de um estender de mão.
Da tua mão.
Ou de um abraço.
A leveza, ainda que sempre passageira, ausentou-se de mim.
Os sonhos, ainda que simples, perderam-se no tempo em que eras.
Pareço diferente? Não sou ...
Mas há os outros ...
Sou a tua mesma mãe dorida e derrotada por uma luta vã.
Ainda em luto, aconchego o fingir, dentro de mim.
Como se natural.
Desdobro-me em duas.
Como se natural.
Fosse o reverso da vida.
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