O tempo regressa, infalível.
Irreverente e obstinado.
Como o frio.
O tempo sempre.
Permanente na tua ausência tão presente!
Impõe a saudade que vem do passado
Percorridos que foram longos caminhos oblíquos.
Refugia-se num aperto de garganta
Emudecida por brumas de angústia do futuro.
Desencontro de tempos.
Tranco-o no pensamento.
Aprisiono-o num punho fechado para que não fuja.
Em direção às saudades que já tenho do futuro
Que seria.
Que fazer com o tempo?
Ou com os intervalos de tempo?
...
Aconchegar-me na eternidade de um olhar sereno
E antes, como agora.
Cavalgar o tempo.