19 julho 2012

Memórias que ficaram ... de julho.


Agenda II
Já no dia 27 nos Jardins do Palácio de Cristal, é favor não perder Maria João no “Porto Blue Jazz”, entrada gratuita!


Esta, a de julho, 18 ou 27, sou eu.
Ovelha negra, perdida entre as outras.
Mais brancas, mais mansas e sem memória.
Definitivamente!

Não me interessa o que possam dizer de mim, do tanto tempo que acham que passou.
(Mas não). 
Tempo de mãe sem filho não passa por cima da dor. 
Afaga-o nas fotos, afoga-o nas lágrimas e afunda-o, dentro do peito ... para logo o sentir a esguer-se, um gigante, vindo de dentro.
Será sempre assim!
E cada vez pior, sussurra-me a Nicole.
A dor não abranda, tem aumentado; vai aumentar, diz-me o Horácio
A Ana, a Eduarda, a Margarida, a outra Margarida, a Isabel, outra Isabel ... todas já percebemos que é assim.
Remar contra a dor cansa!
Tanto faz.

Dos outros, alguns calam; não entendem. 
Acham absurda esta dor que permanece. 
Mesmo silenciosa.
O, por vezes, sentir-me fora do baralho; uma peça suplente de xadrez.
Inexistente!
Esta forma de estar de lado, neste lado da vida. 
Pêndulo entre cá e lá. 

Mas sempre inteira, onde quer que esteja. 
Serena, perante a doçura dos que me querem bem ou do brilho dos olhos dos meus netos.
Ácida, perante a raiva que permanece pela forma com que, alguns (poucos), te trataram. 
Que mal fizeste ... para além de sorrires, como quem pede desculpa pelo cansaço, mesmo nos dias mais difíceis? 
Porque os houve ... mas não viram. 
Ou não quiseram ver.
Para longe, para morreres mais depressa? 
Deixei o coração bater, os ouvidos ensurdecer; a boca fechar-se.
A pele gélida a transpirar.
Virei costas. 
Não voltei a olhar para trás.

Tanto faz. 
Esta sou eu, sem o brilho dos teus olhos, nos meus.
Viva com brilhos de outros olhos.
Dois pares de olhos cristalinos.
Eu.
Em reconstrução, uma outra, lenta, lentamente.
Sabendo ...
Sabendo sempre que a amargura e a saudade me vão adormecer, todos os dias.








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