05 junho 2012

Silenciar a saudade



Uma árvore como se fosse a vida.
De alguém.
Que se expõe, despida de alento.
Uma árvore como se fosse navio naufragado.
Abandonado.
Uma árvore como se procurasse abrigo.
Uma árvore como quem se recolhe.
Ou se encolhe.
Uma árvore como quem resiste.
Amarrada por cordas tecidas de raízes.
Uma árvore como quem persegue um sonho.
Já dos outros.
Uma árvore como quem se debruça e se alonga em busca de alguém que passou.
E não ficando ... 
Para sempre.
A dobrou.









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1 comentário:

Branca disse...

Tão lindo Isabel, tão profundamente vivido, que quase sentimos a realidade a saltar dos versos tão sentidamente construídos.
Adorei. Beijinhos