27 abril 2012

Parabéns, David!

Foi há 34 anos! Num dia de sol.
Levantei-me cedo e ansiava pela hora de te conhecer.
Não sabia se era menino ou menina. Mas eu esperava um novo rapazinho.
E foi. Chamei-te David!
Foi um tempo de alegria.
Tinha 22 anos.
Havias tu, havia o Sérgio e eu.





Hoje, pesa-me a ânsia, um desejo indefinido de querer tudo, sabendo que não terei nada. Tarda a sensação de estar viva. E quero esconder-me.
Fui, há pouco, à janela da cozinha, donde tantas vezes te acenei um despedida ... passageira.
Voltavas sempre, depois de desligadas as luzes do palco.
...
Debrucei-me sobre os campos verdes, olhei-os, sem os ver.
Senti-me o pano húmido, ao meu lado, um daqueles panos de limpeza que se deixam à janela, para secarem, ao sol.
E que, ali, ficam um pouco enrodilhados, tantas vezes esquecidos.



Se espreitares por detrás da lua, verás o areal de Moledo cheio de cravos, enviados pela Nini.


3 comentários:

Anónimo disse...

A frase que retirei de 'os meus caderninhos' era também pelo David e para ti.
Um grnade beijinho,

Isabel Venâncio disse...

Vou colocar aqui a frase que me enviaste. É bonita.

El niño come naranjas
(Desde mi balcón lo veo)
El segador siega el trigo
(Desde mi balcón lo siento)
Si muero dejad el balcón abierto.

Frederico Garcia Lorca, el balcón

Silenciosamente ouvindo... disse...

Beijinho.Irene