Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
29 fevereiro 2008
Talismã
Hoje, é dia de poema. Faltam palavras. A dor e a saudade sobram.
Tudo é demasiado!
Talismã
Ofereces-me uma pedra negra mágica que trazes do norte
e as minhas palavras e as minhas mãos detêm-se sem saber
por quanto tempo irão ficar na soleira da noite e do dia
tacteamos os corpos em busca de memórias adormecidas
ocultas por sucessivas camadas de palavras por dizer
deslizamos para o chão sem resposta e o fumo sobe
equilibra-se em nuvem sobre as nossas cabeças e evola-se
em direcção a uma lua vermelha momentaneamente apagada
ao som do bob marley fazes as malas e partes e eu fico
a arrumar as minhas mãos e as palavras atrapalhadas
no fumo desorientado pela ausência de um ponto cardeal
junto cuidadosamente os teus cabelos rubros perdidos
entranço uma bola de fogo e guardo-a na memória
acendo uma dúzia de paus de incenso e imagino uma igreja
de odoradores do silêncio que escorre por entre as preces
a tua pedra negra regressa à minha mão fechada
e ilumina como um sol a minha noite em claro
virás por uma palavra?
Carlos Alberto Machado
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1 comentário:
ADORADORAS DO SILÊNCIO
Faltam palavras
Não
Como elas escorrem
No silêncio do que tão
Sem mais saber como vão
Estão as palavras à mão
Faltam palavras
Não
Emergem deste poema
Seja ou não seja teu
Como lágrimas salgadas
Á procura do teu chão
Faltam palavras
Sim
Aquelas que digam sim
Que encontrem lugar para mim
Para ti e que assim
Animem teu coração
Palavras não faltam
Não
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Outubro de 2009
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