O sol, lá atrás, a adormecer no mar.
Pudera, ali, um dia, a cabeça repousar!
Pudera, ali, um dia, a cabeça repousar!
Regresso
Chamo-lhe, sempre, regresso
De ti, como se foras ninho,
Afogada em lembranças
De tempo entre pinhais e chilreios
De crianças
Porque tu ficas
Agora, ficas sempre
Sou eu quem parte
E com o olhar digo adeus
À quieta imensidão da água
Que te guarda
Contínuos regressos
Vão-se acumulando
Na memória escurecida
Tão saudosa e gasta.
Montes verdes e castanhos serpenteiam na estrada
Montes verdes e castanhos serpenteiam na estrada
A mesma
Mas tão diferente a vejo.
Mais longe, já no fundo de mim
Eólicas gigantes, as pás cansadas,
De batalhas e farrapos
Onde me acena
O teu sorriso ainda ...
Mas tão distante!
Que sonhos perseguirá D. Quixote?
Se eu, Sancho Pança, deixei de sonhar.
Se eu, Sancho Pança, deixei de sonhar.