22 setembro 2015

Um cheirinho a ti!



Ainda os teus deliciosos comentários a espectáculos ... neste meu permanente vazio.




"A Princesa Malene"

 Há não sei quanto tempo, fui ao Teatro Helena Sá e Costa ver o primeiro espectáculo do recém-criado Núcleo de Criação Teatral. Cheguei atrasado e a pessoa com quem fui, ainda mais. 
Entrei, subi, tropecei, disse "Ai! Porra!", levantei-me, sentei-me e concentrei-me.
A primeira parte do espectáculo é muito parada. Não há quase som nem música. Não senti qualquer envolvência. O baile é muito lindo mas parece que não está a acontecer, não tem impacto, tal era o marasmo que até ali se fazia.
A minha companheira adormecera, entretanto, o que me fez sentir culpado por a ter levado a ver aquele espectáculo. 
Pareceu-me que já não se faz teatro para as pessoas. Depois de recebido o subsídio, há uma guerrinha entre as companhias e fazem-se peças para se impressionarem uns aos outros e as discutirem, depois da meia-noite, no Bar Pinguim. 
Introspecção feita, voltei a aterrar no THSC.
Metade do elenco desiludiu-me. Dos restantes, uns surpreenderam, um em especial deixou-me rendido ao seu talento e houve um outro que me confirmou a sua má qualidade em palco.
O texto dito, só serviu para perceber a história e não o suficiente para me deleitar com alguma poética que pudesse existir naquelas palavras. 
As mudanças de cenário são chatas, feitas em total silêncio. Lembrei-me dos festivais de verão, quando, no intervalo entre bandas, numerosos técnicos de palco, mudam baterias e outros instrumentos. 
Ainda em relação ao som e à música, o facto de esta quase não existir na primeira parte, fez-me pensar que o "gajo do som", chegou sempre atrasado aos ensaios. Mas quando a há, a música é muito boa, também é verdade.
A cenografia é muito versátil e a sua relação com a luz é profunda. Por falar em luz, acho que esta é a área mais elaborada. Ela carrega e transporta todo o ambiente soturno e denso que se vai criando. Sem falhas.


Não sei se terei feito mais esforço a ver esta peça tão seca ou a escrever este texto tão seco.

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