16 outubro 2012

Coração partido ... coração partiu ...

O Porto, a tua cidade
Os palcos vazios ...
Porque lá não vou

O silêncio das ruas
Que percorro inertees
Porque não as vejo pelos teus olhos
De luz

O silêncio da casa, pela manhã
Porque a tua música se apagou
E os sons que escolho não falam de ti

E são pilhas e pilhas de sons
Quietos nas prateleiras
Que não ouço
Porque soam à ausência
Cada vez mais lenta
Mais pesada
Irreversível
Certa

E são poemas, são papéis
São registos de palco
Desenhos de luz
De acertos finais
Quem entra quem sai
Quem se coloca debaixo daquele foco
É a tua letra
As tuas agendas de mil projectos
Roupas ... o teu cheiro
Um cinto
A tua carteira
Um clarinete adormecido
A primeira guitarra
Em que não toco
Sem que o coração se sinta
Novamente perdido.
Partido.

Porque não me convenço!
Pior
Quando me dizem
- Tens de deixar o David morrer!
Não respondo
Mas as lágrimas gritam
- Não posso. Não sei como. Não quero. É cedo. 
Algum dia será? Porquê? Tenho de me envergonhar da dor? Não posso gritar a saudade?  
Sinto-me mais só sem as palavras com que falo de ti. 
Não temam ... os que me querem bem. Sou duas ... cada qual com seu desígnio ... ! 
O coração é grande, não pára de bater por ninguém.

............

Despediste-te, numa noite, hoje
Numa hora, esta
Na tua maneira doce
Invulgar
Braços e mãos estendidos para mim
"Mamã, vamos dançar?"

A noite logo te levou
O sono cedo te embalou
"Sim, meu filho vamos dançar."
Ter-me-ás ouvido?














4 comentários:

Anónimo disse...

Isabel


Um beijinho.

Ana Cristina disse...

Muitos beijinhos para ti.

Branca disse...

Muitos beijinhos Isabel.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Sempre penso em si.
Um beijinho
Irene Alves