Mais um Outubro que finda.
Encerra mais um círculo de ausência, de imagens nítidas paradas no tempo e dias contados pelo relógio tic-tac lento do bater do coração.
Agora ... tudo é, quase sempre "mais um"...
Porque em Outubro termina e começa cada novo ciclo da metade de mim, que se foi contigo, ... ficando, neste penar flutuante.
Apenas desvelado dentro das paredes transparentes desta casa-jangada que vai e volta, ao sabor das vagas da tristeza.
Por isso, aqui continuo, David.
Onde nada me prenda às margens.
Onde só o teu silêncio cúmplice ecoe.
Onde possa flutuar nas palavras de sal desta saudade pesada, contínua, inalterável.
Às vezes, ... estranhamente doce, revestida de lágrimas lentas e amargas.
Tão doce como o amor incondicional que te prometi.
Tão sentida pelos sons de que me ensinaste a gostar.
Mesmo depois ...
Lembras-te, David?
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