Dói!
Dói a saudade.
Dói não ter alcançado mais.
Dói o que doeu e não deixa de doer.
Dói o desalento em cada dia que passou.
Dói cada expectativa defraudada.
Dói tudo quanto vi que doía, veladamente, nos teus olhos.
Doem os silêncios gritantes de impotência.
Dói a carne por estender a mão e não te tocar.
Dói o cansaço a crescer a crescer.
Dói a desilusão a morrer a morrer.
Dói-me a alma.
Os olhos de não te verem.
Os ouvidos de não levarem uma palavra doce ao coração.
Dói o coração mal amado.
Dói a falta do teu abraço.
Dói tudo.
Novamente.
Todos os dias.
Dói tanto esta dor que não se vê.
Repetidamente.
Dói mais do que ontem.
Às vezes, visto o teu roupão e cheiro-te.
E guardo-o.
Ó céus, alguém imaginará mesmo quanto dói?
Vai doer e doer.
Acho que só mesmo tu me compreendeste bem, ainda antes de acontecer!
Que ia doer muito, David.
"Que pena eu tenho de ti, mamã!"
Nota: Passou mais um 11 de Setembro. É também o Dia da Nacional de Catalunha, em que nos mandaram embora do Hospital de Barcelona. Cada vez mais próximos do fim. Sempre e ainda uma luz no olhar e um sorriso meigo.
1 comentário:
Todos os dias há recordações do David na nossa vida
Todos os dias têm memória e assim será sempre
É bom lembrar o David a sorrir.
Bjis.
Nini
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