Ando um pouco estonteada.
Sinto-me zonza.
Em precário equilíbrio.
Trago um quebranto antigo no arrastar das pernas.
Um torpor no lugar do coração.
Um cansaço lento no descerrar das pálpebras junto à brisa do mar.
Moledo, Barcelona!
Locais unidos por águas do mar.
Pelas lágrimas escondidas no seu contemplar.
...
Ventos de Barcelona, sinto-os, próximos; zumbem perto dos meus ouvidos.
O mesmo mês.
É o mesmo calor; aqui, menos abrasador.
Mais sufocante na saudade.
Mais arrasador no desgaste das últimas forças.
Inadiável, no ter de dizer adeus.
...
Porque … é sempre de saudade que se trata.
Falta-me a força que, sempre, tive para me rodear de entusiasmos e se me esmoreceu nas veias.
Em que poço fundo se perdeu a alegria que trazia guardada dentro do olhar?
Saudade das minhas flores, dos meus arbustos? Acho que já não; não aquela urgência imperiosa de me debruçar … cansaram-se de me esperar.
Saudades de mim?
Claro que são. São saudades de mim ... Também se trata de mim ...
Mas são muitas, sempre muitas e cada vez mais indomáveis ... as saudades do tempo em que estavas comigo.
Que força impensável nos estilhaçou?
O convidado de hoje do jazz faz tarde chama-se Mário Delgado é guitarrista e é português.
Mário nasceu em 1962 e iniciou os seus estudos na escola do Hot Club de Portugal e teve como professores o contrabaixista José Eduardo e também com David Gausden.
Delgado estudou também guitarra clássica com José Peixoto e, paralelamente, fez parte de grupos com Carlos Martins, Maria João e Carlos Barretto, entre outros...
É o Mário Delgado quem toca no novo disco da Maria João e do Mário Laginha que se chama “Undercovers”.
Mário participou em seminários com: Bill Frisell, Joe Lovano, Gary Burton e muitos outros músicos.
Agora vamos ouvir um dos temas do seu disco “Filactera” e o tema chama-se “...”
Até logo...
3 comentários:
A IMPENSÁVEL FORÇA
A impensável força que nos estilhaça
tem o imprevisível condão
de fazer renascer aquilo que sobra
E nunca é o mesmo ano
e nunca é o mesmo mês
e nunca é o mesmo dia
nem a mesma hora
e o que fica é tudo
com o que se foi embora
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Agosto de 2010
De novo consigo em palavras,
mas estou muita vez consigo em
pensamento.
Subscrevo o que escreveu Jaime
Latino Ferreira, mas palavras
não é tão forte como a dor que
se sente.
Só lhe posso dar(por este meio)
um beijo
Irene
Isabel
ontem o Miguel fez anos!
não me esqueci...
e não me esqueço dos meninos da sua vida
não houve história, não
afinal já são tantas as que lhes escrevi
que um e outro
cada um à sua maneira
sabê-las-ão de cor!
o tempo tem destas coisas
um beijo
manuela
Enviar um comentário