Fala-se de dias e dias que escorrem ... sem um filho que partiu! Fala-se à toa ... e escreve-se, sempre, para silenciar a saudade ou as lágrimas. À toa ...
24 agosto 2010
Moledo, de passagem
22 agosto 2010
Talvez a tristeza mate ...
Todos as manhãs me levanto na firme decisão de que vou viver de frente; abrir as mãos para o que me quiserem dar.
Espero ...
Mas não tenho energia ; a resistência que me resta perde-se no esforço de fingir, fingir sempre, fingir cada vez mais que não me sinto, às vezes, tão mal amada.
E ... bastava um sorriso, um em especial, menos incomodado, menos escondido, menos acusador. Da minha fragilidade, da minha debilidade, das minhas tolices, das minha mãos inábeis, das minhas acções despropositadas, de já não ser capaz ... de ser. Ou nunca ter sido capaz.
Perdi a esperança, há muito.
Perdi bocadinhos de sonho que vou reconstruindo, reinventando ... ao acordar.
Nada é o suficiente.
Sinto-me perdida na vida.
Perdi a auto-estima.
Sinto-me dispensável, incómoda mesma.
Os silêncios instalam-se, em redor de mim.
A minha tristeza é perturbadora.
Canso-me de esperar, de ver que o sol dorme e amanhece.
Revigorado
Dorme e amanhece.
E comigo nada acontece.
Manhã após manhã, noite após noite.
Deito-me derrubada.
Sedenta de nada, de vazio, de silêncio, de olhares puros.
Da paz que dizem que vem com a morte.
Gostava de estar desse lado de lá da vida.
David, fiz mal em não ter ido contigo!
04 agosto 2010
Moledo
Ando um pouco estonteada.
Sinto-me zonza.
Em precário equilíbrio.
Trago um quebranto antigo no arrastar das pernas.
Um torpor no lugar do coração.
Um cansaço lento no descerrar das pálpebras junto à brisa do mar.
Moledo, Barcelona!
Locais unidos por águas do mar.
Pelas lágrimas escondidas no seu contemplar.
...
Ventos de Barcelona, sinto-os, próximos; zumbem perto dos meus ouvidos.
O mesmo mês.
É o mesmo calor; aqui, menos abrasador.
Mais sufocante na saudade.
Mais arrasador no desgaste das últimas forças.
Inadiável, no ter de dizer adeus.
...
Porque … é sempre de saudade que se trata.
Falta-me a força que, sempre, tive para me rodear de entusiasmos e se me esmoreceu nas veias.
Em que poço fundo se perdeu a alegria que trazia guardada dentro do olhar?
Saudade das minhas flores, dos meus arbustos? Acho que já não; não aquela urgência imperiosa de me debruçar … cansaram-se de me esperar.
Saudades de mim?
Claro que são. São saudades de mim ... Também se trata de mim ...
Mas são muitas, sempre muitas e cada vez mais indomáveis ... as saudades do tempo em que estavas comigo.
Que força impensável nos estilhaçou?
O convidado de hoje do jazz faz tarde chama-se Mário Delgado é guitarrista e é português.
Mário nasceu em 1962 e iniciou os seus estudos na escola do Hot Club de Portugal e teve como professores o contrabaixista José Eduardo e também com David Gausden.
Delgado estudou também guitarra clássica com José Peixoto e, paralelamente, fez parte de grupos com Carlos Martins, Maria João e Carlos Barretto, entre outros...
É o Mário Delgado quem toca no novo disco da Maria João e do Mário Laginha que se chama “Undercovers”.
Mário participou em seminários com: Bill Frisell, Joe Lovano, Gary Burton e muitos outros músicos.
Agora vamos ouvir um dos temas do seu disco “Filactera” e o tema chama-se “...”
Até logo...