Não tenho tentado atentar na desorganização que reina nesta casa.
Não tenho, aliás, prestado grande atenção a quase nada.
Diria que me sento no tempo e espero que passe.
Ou até que, subitamente, a saudade, que hiberna por uns dias, desperte mais pesada e sempre dolorosa. E choro, no silêncio da noite.
E sinto, sempre mais, a ausência do David, em cada silêncio instalado.
E não compreendo como pode ser para sempre ...
Aqui, posso dizer o indizível "sempre e nunca".
Nesta casa, tais palavras extremadas são exactamente iguais.
Nunca mais ... o meu filho David.
Para sempre, o meu sempre, ... sem o David.
E choro baixinho.
Invisível.
E instalo-me no tempo.
Naquele tempo exacto em que o nunca e o sempre se entrelaçam.
Não tenho, aliás, prestado grande atenção a quase nada.
Diria que me sento no tempo e espero que passe.
Ou até que, subitamente, a saudade, que hiberna por uns dias, desperte mais pesada e sempre dolorosa. E choro, no silêncio da noite.
E sinto, sempre mais, a ausência do David, em cada silêncio instalado.
E não compreendo como pode ser para sempre ...
Aqui, posso dizer o indizível "sempre e nunca".
Nesta casa, tais palavras extremadas são exactamente iguais.
Nunca mais ... o meu filho David.
Para sempre, o meu sempre, ... sem o David.
E choro baixinho.
Invisível.
E instalo-me no tempo.
Naquele tempo exacto em que o nunca e o sempre se entrelaçam.
"... já tinha iniciado uma viagem, uma viagem que não era em torno de um sepulcro de um bravo, mas em torno de uma resignação, uma experiência em certo sentido nova, pois esta resignação não era o que vulgarmente se chama resignação, nem sequer paciência ou conformidade, mas mais, um estado de mansidão, uma humildade requintada e incompreensível que o fazia chorar sem que viesse a propósito e onde a sua própria imagem ... se ia diluindo de forma gradual e incontida, como um rio que deixa de ser rio ou como uma árvore que arde no horizonte, sem saber que está a arder."
Roberto Bolano, 2666
4 comentários:
ARDOR
Arde no horizonte
a árvore
que sem saber
não extingue
a minha fonte
Arde
E onde se entrelaçam
nunca e sempre
nunca mais seria um sol poente
apenas cresce
a alma
e se doente
revigoro
o que quero
do meu ente
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 2 de Fevereiro de 2010
Sempre...
O David estará sempre junto ao coração da sua mãe.
Um abraço muito apertadinho.
Isa
Sempre é demasiado tempo para suportar uma dor tão profunda. Um beijinho grande
A Diana percorre por estes dias e durante os próximos meses os corredores do Institute Gustave Roussy em Villejuif-Paris.
Quem sabe se cruzará,algures,com o Prof.David Manchover, à hora de almoço no 11º. andar do IGR.
Bjis.
Nini
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