02 junho 2017

Não podia ser de outra maneira!










Queria dizer-te, David, que o silêncio se apossou de mim.
As saudades abundam.
A dor lateja.
O medo sempre presente. De quê, já nem eu sei!
Acompanhou-te, entranhou-se e permanece. Por ti, ainda e estranhamente, ... por todos.
Desgastante esta ansiedade latente; esta incapacitante falta de ânimo para olhar o sol e ver luz.
Só pode ser assim.

Perdi-me há muito, neste interminável viajar entre o antes e o agora. Num tempo/espaço impalpável e sem sentido visível.
Continuas a ser a primeira e última imagem de cada um dos meus dias.
Que conto um a um! Sem antes e quase sem depois.
Estou cansada, olho mas nem sempre vejo, ouço mas nem sempre escuto.
Tudo me parece envolto em distância.
Aguardo, imóvel, o próximo momento para reagir ... e o próximo, outra vez ...
E não tenho vindo aqui.
Não te envio palavras.
Estão presas nas teias do silêncio.
E numa saudade já quase indizível.