Um amigo que morreu.
Como folha que se desprende e cai, sem voar, das árvores do outono.
Uma amiga que se despede de mim ... porque sabe que vai morrer.
Diz que não tarda.
E a saudade mais pesada de ti.
Mais dorida ainda.
A cabeça vazia de pensar, a latejar de impotência e nostalgia do passado ... desta dor, que procuro controlar.
Sei que sou capaz!
Porque sou duas.
Três.
Não tarda ... quase quatro!
E choro lágrimas que se misturam com a água com que molho os olhos.
Porque sei que não regressas.
Nem hoje, nem no amanhã de cada dia.
Porque não sei o que se diz a alguém que se despede de nós e nos diz "Gostei de te ter como amiga! ..."
Mesmo assim, respondo.
Que não fale no passado!
Ninguém aprendeu, ainda, a cavalgar a seta do tempo!
E que guarde, se puder, um sorriso para a mãe que eu sei, perdida, ao lado dela.
Como eu, perdida também, ao teu lado...
E tu ... "Mamã, vamos dançar?"
Dizem que é quase Natal e folheio a tua última prenda - Poemas para a minha mãe.
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