14 outubro 2014

O som da dor.


















"Decidimos que não haveria rostos tristes, nem olhos molhados ou inchados de choro, em frente ao David. Nem suspiros de desânimo. Nem perguntas a que ele não sabe responder. Foi o que combinámos, nesse instante, eu e o Manel.
O David, quando ficar bem, vai regressar a casa. É assim que ele pensa que será. E nós confirmaremos... Não aceitaremos desiludi-lo! Seria cruel demais!
Ele deixará sonhos, utopias, um rasto de músicas e sons, uma espantosa capacidade de se dar aos outros e uma grandiosa paixão pela vida! 
A herança dele é um inexpugnável castelo feito de coragem, de solidariedade e de fortes laços de ternura. 
A chave desse castelo ... leva-a com ele. 
Só ele a sabe usar!"

14 de Outubro 2007  - "Mamã, vamos dançar?"

1 comentário:

Branca disse...

Sempre bom lê-la nessa forma de dizer a força de um amor infinito.
Ao entrar-se nesta casa o que aparentemente parece triste é também o melhor da vida, os afectos, histórias do coração, raízes que ficam presas a um chão de imensa ternura.
Os seus netos serão ricos do muito que sabem de si, do muito que ainda saberão durante o seu crescimento e do muito que aprenderão de um tio que lhes deixou uma herança de amor, de arte, de sensibilidade e sabedoria.
Fará sempre parte das suas vidas e da sua história, que será enriquecida por isso. Beijos.