19 março 2014

Mais um dia dezoito acabou de acontecer ...



E cabe-me viver
não sabendo com que alfabeto traduzir-me
entristecendo a um canto de mim, mil vezes ao dia
... as entranhas calcinadas de saudade antiga
resistindo ao abismo do medo que atordoa
sob o jugo de um tempo cego, inverosímil
sorvendo silêncio e solidão onde me abrigue.

Ou, então, fixar-te, menino, por detrás das pálpebras
desistir de todos os desígnios
sentir na pele a água fria do mar
como quem navega
tu, sereno, mesmo ao lado
desertar de quem habito, de uma e da outra.

Tornar-me estranha de mim.
Numa névoa branca da memória.





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