21 setembro 2013

As cordas do tempo


Cada dia, dos meus dias, é recortado minuciosamente (inconscientemente ... instintivamente ...!) 
em partes.
Manhã.
Tarde.
Noite.
Tempo de insónia.
As partes, vou-as repartindo em horas.
As horas, são minutos, são segundos.
Infinito puro, pesado, impaciente.
Tempo milimétrico, sem sentido - ponte de travessia para a manhã, a tarde, a noite, a insónia do dia seguinte. 
E nova ponte de travessia.

Fujo ao confronto com a evidente (para os outros) necessidade de coerência entre os estados de espírito em que me vou transformando.
Os meus eus, estilhaçados com x-ato, em recortes abruptos, imprecisos.
Sem ilusões.


Sem outras ilusões que não a saudade de ti, David, da tua brandura, da tua forma ironicamente simples de gostares de mim ... 
Sem outra ilusão que não a ponte suspensa no abismo, entre mim e a tua mão estendida.