11 outubro 2012


outubro
2012,
 os mesmos dias,
o amanhecer para a angústia e para o medo e o anoitecer para o medo e para o nada,
sobrepõe-se ao outro, 
outubro
2007.
Senti-o, antes de o confirmar.
Estranhei-o porque ainda não acontecera tudo acontecer ou ter acontecido naquele dia do mês - 5 ...6...7...8... 10 ... 11... - coincidindo com o mesmo dia da semana - ... a sexta ... o sábado ... a despedida do mar ... a febre de uma lágrima ... o esperar ...
O mesmo areal de Moledo.
Só a chuva substituindo o sol.
Ou nem isso.
Nem tu.

E não, não se sente da mesma forma!
As horas são mais lentas.
Os sonhos acordam-me porque - na próxima semana ...
A dor aperta mais.
O suor invade os poros.
O equilíbrio torna-se instável, como prédio implodido que deixa uma clareira
O olhar perde-se em busca de algo que diga que não.
Que não vai ser assim, da mesma forma.
Outra vez.
Não o mesmo partir e desligar silencioso...

Mas se já foi.
Se já te foste, David!
Como continuar à procura do -  talvez não?
E resistir sempre, ...

E não incomodar!





















1 comentário:

Branca disse...

Com um abraço de Outubro passo por aqui lendo coisa belas, ainda que dolorosas. A dor incomoda, mas apesar de tudo faz parte da profundidade da vida e hoje prefere-se tudo que é perfeito e belo, foge-se da realidade e da morte e assim se foge da precária beleza da existência, numa alienação colectiva, desaprendeu-se de conviver com coisas tão importantes que fazem parte de nós mesmos, por isso a sociedade está doente.

Beijos