03 agosto 2012

a incerteza dos dias

porque faço o que faço
porque não faço o que devia fazer
porque faço o que não devia fazer
revolteio
rarefaço-me
e refaço-me
acerto e desacerto
tropeço
levanto-me
sempre me levanto
porque sim
por que, não?
então, que faço?
ao longe, os foguetes da festa
distantes, os sons do baile da aldeia
uma lua cheia em pleno céu limpo de agosto
os grilos no escuro frio
sabem sempre a despedida
num outro agosto
lá longe
tão distante
outra lua, sob um céu escaldante de esperança
junto ao mar
o mesmo mar
um outro mar?
sempre o mar por perto
a vida a fugir-nos das mãos
a tua vida, David
e tu tão forte, David
tão seguro de que irias renascer
e eu contigo

e tudo valia a pena!
e eu contigo, de costas viradas para as certezas de outros olhares
incertos

só o teu olhar me guiava
e eu segui segura e certa de que fazia tudo o que devia fazer
 uma última certeza
que me segura 
quando caio 







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