29 dezembro 2011

2007 ... 2011

Entre o silêncio e o grito, como forma de controlar o desespero de te ver doente ...
Foi o silêncio.


Entre o silêncio e o grito, como forma de controlar a dor sufocante da tua ausência ...
É o silêncio.



19 dezembro 2011

Cesária Évora


18 dezembro ... embora sejam 19!
Que importa, se pela porta entreaberta da saudade, regressas, todos os dias?

Ou é a luz!
Ou um timbre mais swing na música!
Ou uma notícia que fala de palcos!
Ou o Monte de Santa Tecla, ao fundo!
Ou as eólicas que rodam ... rodam ... para lé do monte!
Ou o mar calmo!
Ou o pôr do sol, no horizonte cor de fogo!
Ou o mar agitado, cuspindo espuma branca!
Ou um genérico de um filme, onde os David saltam do écran para o meu colo!
Ou a Cesária Évora!

E vejo-te dançar ao som de mornas e coladeras ...






09 dezembro 2011

Wrong Side of the Road


Um amigo que morreu.
Como folha que se desprende e cai, sem voar, das árvores do outono.
Uma amiga que se despede de mim ... porque sabe que vai morrer.
Diz que não tarda.
E a saudade mais pesada de ti.
Mais dorida ainda.

A cabeça vazia de pensar, a latejar de impotência e nostalgia do passado ... desta dor, que procuro controlar.
Sei que sou capaz!
Porque sou duas.
Três.
Não tarda ... quase quatro!
E choro lágrimas que se misturam com a água com que molho os olhos. 
Porque sei que não regressas.
Nem hoje, nem no amanhã de cada dia.
Porque não sei o que se diz a alguém que se despede de nós e nos diz "Gostei de te ter como amiga! ..."
Mesmo assim, respondo.
Que não fale no passado! 
Ninguém aprendeu, ainda, a cavalgar a seta do tempo!
E que guarde, se puder, um sorriso para a mãe que eu sei, perdida, ao lado dela.
Como eu, perdida também, ao teu lado...
E tu ... "Mamã, vamos dançar?"

Dizem que é quase Natal e folheio a tua última prenda - Poemas para a minha mãe.