18 novembro 2011

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A mesma entrada; pelo corredor envidraçado, os mesmos bancos repletos de gente que aguarda consultas.
(Nós também ...)
O corredor, ... paredes pintadas para acolher crianças ..., mais gente perto da sala das TAC ... onde eu esperava que olhassem para dentro de ti.
E não vissem.
Onde eu fazia as minhas intermináveis malhas e me enganava (porque não via) e desfazia.
Podia enganar-me, desfazer, retomar.
Apenas laçadas de lã!
Retomava ...

Contigo não!
Não podia haver enganos, nem regresso ao ponto da laçada mal dada, da malha mal metida ...
Era a vida! A tua (nossa também).

E eu sigo até ao jardim ... onde fumei cigarros de medo, enquanto esperava que a máquina olhasse.
E não visse!

Mas sigo. 
Ortopedia - doem-me os pés (tão prosaico! ... dores nos pés!); sinto-os como se eu toda fosse pés!
E saudades ...

Não me lembro de ter pés, quando te seguia.
Seriam asas (em vez de pés) que me tornavam leve para ir contigo até ao fim do mundo?
Nada me doía.
Toda eu era mãe feita de rocha e fios de esperança ...






   

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