14 outubro 2011

Um retrato do "Babide, o bailarino"

Vou gastando, pouco a pouco, coisas que o meu filho deixou, para que permaneça brilhante o rasto luminoso e irónico do olhar
...  com que me fazia sorrir.
Triste consolação, agora, que tempo se partiu!
Com ele levou os palcos de luz com que iluminava a música.
E o sonho.
E a doçura.







Um curriculum ... vitae

"David Sobral Nunes, nascido 4 anos e 2 dias depois da Revolução dos Cravos, cedo se mostra um rebelde.
Enquanto muitos bebés choram e berram, nos primeiros tempos, este resolve sorrir, para espanto e encanto da própria mãe.
Nos primeiros anos de vida, demonstra boas capacidades comunicativas e corporais, ganhando o direito a ter um nome artístico, "Babide, o bailarino".
Poucos anos depois, passa por uma fase exploradora das suas capacidades como pintor, fazendo belos desenhos nas paredes de sua casa. Vai desenvolvendo a sua própria linha estética.
Depois de algumas chineladas paternas, abandona esta arte e dedica-se à música; dando os primeiros passos como flautista.
A partir daí, foi saltitando de escola em escola e de instrumento em instrumento; passando da flauta para o órgão electrónico, deste para o piano e, posteriormente, para o seu instrumento de eleição - a guitarra.
No seu percurso escolar de aluno médio, vai demonstrando várias tendências nas suas escolhas profissionais.
A primeira profissão que lhe desperta interesse é a do pai, Engenheiro Civil, mas outras virão. Com o passar dos anos,  "o nosso Babide" foi pensando seguir promissoras carreiras - cozinheiro, bombeiro, dentista, professor, educador de infância, psicólogo.
Mas houve um momento na sua vida que o fez mudar de rumo.
No 12º ano escolar, perdeu completamente a motivação pela área em que se encontrava; as ciências já não lhe despertavam qualquer emoção. Sendo assim, decidiu aproximar-se novamente da música e enveredou por um curso superior de Prof. de Educação Musical. Mas também não era bem isto ...
Ao fim de um ano (bem sucedido, de qualquer modo), deixou este curso para escolher aquele que verdadeiramente lhe interessava.
Os espectáculos de música, o cinema ... sempre o tinham fascinado. O processo de criação, a integração numa equipa de criadores, era algo por que se sentia atraído, desde há muito tempo.
A interacão, a troca de ideias, a busca de novas tendências estéticas, novas experiências motivaram-no muito.
O ingresso no curso de design de luz e som fez com que pudesse dar largas à sua imaginação e, sobretudo, estar sempre próximo da sua verdadeira paixão - a música.
A tudo isto acrescentara-se uma nova área, até então desconhecida, mas que, dadas as suas potencialidades, logo se torna uma outra paixão para o "Babide", a luz.
E descobriu o seu rumo - iluminar a música."

"David, o Bom"




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