17 outubro 2011

Hibernar.

De olhos molhados, um sonho acordado.
Um extenso lago oval, de águas paradas, alguns limos verdes que escondem peixes vermelhos que ondulam, de onde em onde.
Talvez um som de rã a coaxar em uníssono com um fio de água que escorre do lago, em direção ao roseiral.
Que eu não ouço, mas sei.
Olaias, choupos, castanheiros de troncos engrossados pelos anos e ramos seminus; folhas douradas dos mais diversos matizes, ainda presas por um fio já delicado.
Que eu não vejo, mas sei.
Uma brisa quente de um outono que tarda em chegar e empurra de leve penas de pássaros que partiram e outras folhas que rodopiam trémulas à volta do tronco que as viu nascer.
Que eu não sinto na pele, mas sei.
Um melro ou dois que saltitam por entre as aromáticas, em busca de restos de sementes que se abandonaram à terra, em hibernação.
Que eu não vejo, que eu não ouço, mas sei.
Estreitos e sinuosos caminhos, entre muros de toscas pedras, tapetes sombrios, espessos mantos silenciosos de uma imensidão folhas, escurecidas pelo verão, caídas e cansadas, já, de preservarem a terra e a vida do sol abrasador.
Debaixo desse manto, 
protegida dos dias, 
ao abrigo dos olhares,
a respiração suspensa, 
silenciosa, 
quieta e invisível ... 
eu!





La route chante,
Quand je m'en vais.
Je fais trois pas,
La route se tait.
La route est noire,
À perte de vue.
Je fais trois pas,
La route n'est plus.
Sur la marée haute,
Je suis monté.
La tete est pleine,
Mais le coeur n'a pas assez.
Sur la marée haute,
Je suis monté.
La tete est pleine,
Mais le coeur n'a pas assez.
Mains de dentelle,
Figure de bois,
Le corps en brique,
Les yeux qui piquent.
Mains de dentelle,
Figure de bois.
Je fais trois pas
Et tu es là.
Sur la marée haute,
Je suis monté.
la tete est pleine,
Mais le coeur n'a pas assez.
Sur la marée haute,
Je suis monté.
la tete est pleine,
Mais le coeur n'a pas assez.

1 comentário:

Anónimo disse...

Isabel,

Passo sempre por aqui, leio e enterneço-me.

Hoje pendo especialmente em si e mando-lhe um beijinho.
Como sempre, o sol visita este dia.


Filomena