04 março 2011

O silêncio que atordoa.



Acordei atordoada entre silêncio branco e solitário. 
Estranhei o meu corpo, o meu sentir e o espaço em meu redor.
Terei sonhado? Não me lembro de sonhar, há muito tempo.
Desde que te foste ... talvez.
O meu sono quando, finalmente, vem deve assemelhar-se a um buraco negro que tudo absorve.
Até os sonhos, ali, ficam prisioneiros.
Terei sonhado? Não me lembro ...
Senti que arrastava restos de mim ... ao levantar-me.
Pesada!
A porta fechada, ao fundo do corredor agride-me, nestes dias, como um murro no estômago.
Para lá dessa porta, alguém se espreguiçou ao sol do fim de tarde
Para lá dessa porta, ouviram-se improvisos de guitarra.
Para lá dessa porta, colavam-se sonhos na cortiça grossa da parede.
Para lá dessa porta, havia música.
Agora ...
 Receio o silêncio, que sempre me atordoa, para lá daquela porta ...




1 comentário:

EME disse...

Querida Isabel:
Nesta "Casa da venância"andam fantasma à solta de uma dor infinita.
Nesta "Casa da Venância" habita uma alma em busca de paz.Pudesse eu fazer-lhe um pouco de companhia ...
Um enorme beijo
Elsa