01 março 2011

Bóbó, bóbó!

Bóbó ... bóbó! 
Sim, Miguel, diz .... 
Bóbó, bóbó! 
Sim, Miguel, diz lá ... 
Bóbó, bóbó! 
O que queres à avó, Miguel? Diz! 
Bóbó, bobó ... 
E levanta-se da caminha de grades, inclina-se para mim, ao lado, sentada a ver se ele adormece ...  e esfrega o nariz dele no meu, enquanto esboça um sorriso maroto! O sorriso do meu neto; especialmente bonito e traquina.
Vá, Miguel, deita-te e dorme.
E tapo-o.
...
E ele destapa-se ... e levanta as pernas ... os pés ...
Bóbó, ...pa, ...pa
Tapa?
Tim, tim ...
Tapo quem?
MImi, mimi ...
E tapo-o, mais uma vez. 
(Está visto que, hoje, não é dia de sesta!)
Bóbó ... bóbó! 
Sim, Miguel, diz .... 
Bóbó, bóbó! BÓBÓ!!
Sim, Miguel, diz lá ... estou aqui ...
Destapa-se. 
Pernas e pés no ar ...
Bóbó, bóbó!
O que queres à avó, Miguel? Diz! 
Bóbó, bobó ... 
Assim, gastas-me o nome, Miguel!
E levanta-se, novamente, na caminha de grades e chega-se a mim e esfrega o nariz dele no meu e ri-se ... 
Bóbó!!
A cena repete-se mais uma, duas vezes ... na penumbra do quarto.
Dá para ver o sorriso e o brilho maroto no olhar.
Deixo! Estou divertida. Definitivamente, hoje, não é dia de sesta.
Bóbó, bóbó!
Sim, Miguel, vamos até lá abaixo? Lanchar?
Tim ...tim! Tim...tim!
Bóbó, bóbó!! A ne ...., a ne...
A Neve?
Tim. Tim.
Onde está?
Aqui, bóbó! Aqui!
E aponta para debaixo da cama, para onde deitou a gata.
O.K. Já tiro!
Mimi ... Mimi ...
Claro que é para o Miguel.
E lá descemos, o meu neto encavalitado na anca, mais a gata Neve e uma fralda.

Hoje, definitivamente, não era dia de sesta!













Me está doliendo una pena
y no la puedo parar 

y se revuelve en silencio
tumba abierta en soledad
y quiero hacerla cometa,
para poderla volar.

Me está ganando ésta pena
y no la quiero ceder
y busca por ser palabra
y es por hacerse entender
en brazos de mi guitarra
y la tengo que esconder
y en mi guitarra quisiera
dejar la pena llorar,
hacerla surco en el tiempo,
hacerla tiempo en la mar.

Ser con la mar un viento
que se la pueda llevar.
Me está doliendo ésta pena
acuñada en el portal
de éste vacío sonoro
que no sabe a dónde va,
de éste vacío que lloro
por quererlo remediar,
y en mi guitarra quisiera
dejar la pena llorar,
romper la monotonía
de éste pueblo en carnaval,
de éste pueblo que me duele
cada día más y más.

Y es que es una inmensa pena
que me tengo que callar.

Me está doliendo una pena...
y me tengo que callar.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tão bom..!
MM

Jaime Latino Ferreira disse...

ISABEL VENÂNCIO


Querida Amiga,

Hoje, decididamente, se não era dia de sesta ... era de festa!

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Março de 2011

Isabel Venâncio disse...

Olá, Jaime

Foi bem vista essa! De facto, mais parecia uma festa!
Um beijo
Isabel

Pe de Salsa disse...

São deliciosos!!!

Um beijinho

Isa