14 janeiro 2009

Sonhar sempre...é preciso.



Sonhei um destino feito à minha medida, naquela idade em que nos é permitido tudo sonhar.
Sonhei um outro destino, desafiando alguns pequenos deuses, quando ainda me foi permitido sonhar.
Sonhei ainda, revoltada perante a inutilidade das súplicas e quando tudo nos era já adverso.
Adivinhava-se uma morte sem sentido e, mesmo assim, consegui sonhar.
Porque havia um castelo de sonhos e tínhamos a força de um cavaleiro andante.
Sonhámos. Não parámos, teimosamente, de sonhar.
Chorei tanto quanto sonhei....
Sonhar era a nossa jangada; estranho porto de abrigo no meio do oceano dorido e alterado.
Foi bom ter conseguido sonhar um sonho a meias, teu e meu...
Agora, sonhar é pesado e doloroso.
Agora, proíbo-me de sonhar.
Percorro cada dia, com pezinhos de algodão.
Ando sorrateira, por entre as gentes.
Não vá magoar-me ...

6 comentários:

Anónimo disse...

CAVALEIRO ANDANTE

Num castelo de sonhos prosseguimos qual cavaleiro andante

Cai o cavalo
caio eu
devo prosseguir

Ou o castelo é de cartas e não tem pernas para andar

Tem-nas sim e mesmo que caia
se destroce
desmorone

Tenho de seguir
de andar
de insistir

E se ao sonho o excluir
excluo o futuro a que tenho direito
dever de alimentar

Mesmo que tenha de apanhar as cartas todas de novo
baralhá-las
redistribuí-las
voltar a dá-las

E que me custe tanto tanto
que me esmague neste pranto

Tenho de continuar

Sendo eu cavalo ou cavaleiro
parte de um sonho inteiro
mutilado
desmembrado

Tenho de continuar

Como cavaleiro ao luar
cavalo no seu andar
só conhecendo o chorar

Tenho de continuar

E no meu sonho estragado
Agarrá-lo desgraçado

Tenho de continuar

Como cavalo ao luar
cavaleiro destronado
sem saber do seu montado

Tenho

Tenho o saber de gritar
de cantar o bem amado
mesmo se fôr desmembrado

Não consigo estar parado

Nem calado

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Janeiro de 2009

Anónimo disse...

Isabel, olá. Perdoe-me não usar versos meus, perdi-os um dia, e ainda não tive tempo de os procurar novamente...talvez um dia mais tarde, quem sabe? Entretanto, vou-me regalando com pensamentos e poemas de outros, que sem dúvida me vão aconchegando e espero que à Isabel também. Aqui fica um , de um conterrâneo meu: Sebastião da Gama, e que tantas vezes me tem acompanhado.
Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. Somos.

Um bjs,
MM

Angela Fernandes disse...

Sonhar é preciso!
O coração vive quando sonha e regozija-se quando realiza!
Somos sonhos físicos!
Somos alegria a sonhar!
Vivemos um sonho acordados!

Olga Almeida disse...

Continuar a sonhar é também voltar atrás. Voltar ao tempo em que se sonhava construir aquele fututo bonito e mágico.
Nada podemos alterar do passado, mas podemos dar um salto para além da realidade presente.

Beijinhos

Anónimo disse...

Consentido

Na solidão cansada
De ruas sem sentido
Anjos cinzentos
Segredaram-nos mentiras

Procurámos deuses
De tacanha pequenez
Ouvimos ecos
De coisa nenhuma

E com a ingénua força
De andantes cavaleiros
Apertámos junto ao peito
Sonhos de um Amor Consentido

Manuela Baptista
Estoril,15 de Janeiro 2009

Anónimo disse...

Deixo-lhe um enorme abraço e beijos.
Branca