23 outubro 2008



Ter projectos, ter sonhos ou ilusões.
De que vale? A quem servem?
Tudo se resolverá sempre, naturalmente ou não.
A vida ensina-nos a sabedoria.
O saber que o mundo seguirá o seu curso, indiferente ao meu ao nosso.
O saber que as angústias só existem quando se tem medo.
Talvez não haja melhor caminho do que o do vagabundo, à beira da estrada...invisível por entre os que passam e não param
Se o destino me levasse, agora, teria saudades do pôr-do-sol em Moledo; teria saudades do cheiro salgado das toalhas de banho, no regresso da praia; teria saudades das quatro bicicletas encostadas à parede; teria saudades da nortada; teria saudades dos acenos envergonhados dos meus filhos adolescentes, sentados no muro do "paradão"; teria saudades da mesa cheia; à hora do jantar...
Agora, só existem as fotografias que percorro. Estávamos lá todos. Reconheço as imagens. Mas há um vazio que as trespassa. A dor ocupou esse lugar vazio, apesar do sorriso sempre presente.

De que serve ter saudades, se já não se podem partilhar, sem dor?
Sem esse sorriso que se esfumou, estranhamente?
Não devem servir de nada, segundo o livro da sabedoria da vida...
Mas tenho saudades!

1 comentário:

Anónimo disse...

Isabel, os seus posts revelam sempre as vezes que cai, e as vezes que se esforça por se levantar. Não há nada que possamos fazer, e isso deixa-me triste, impotente. Mas sei que não há mesmo nada! Só a Isabel, nesse percurso e sózinha, poderá encontrar um rumo.
Apenas um beijinho, bem dentro do seu coração.
MM