24 julho 2008



O tempo corre...e não posso fazer nada para o contrariar.
Devagar... Mais devagar...
Seguro-me às margens deste caudal.
Olho em volta.
Não há nada a que me agarrar para te segurar a mim e não te deixar ir.



Interlúdio


As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.

Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.

Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.

Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.

Fico ao teu lado.

Cecília Meireles

3 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia Isabel,

É tão lindo e de tão bom gosto tudo o que aqui nos traz. A arte, a poesia, os textos, é um gosto vir visitá-la logo pela manhã e ver um espaço cheio de vida...
Obrigada.
Branca

Anónimo disse...

DEIXA O PRESENTE

Isabel,

Sabia que é parecida com a Sua irmã Ana Cristina?

Gostei de ver esta Sua nova fotografia ...

É mais alegre ...!

Sorridente mesmo!

De um sorriso tímido e envergonhado, como gaiata ( de Gaia !? ) comprometida, em falta, com qualquer coisa que tivesse dito e que não devesse ser dita ...

Todas as palavras são para ser ditas e nunca se esgotam, sabia!?

Óh se não sabe ...!!!

Não fôra minha mulher chamar-me a atenção para ela, para a Sua fotografia e eu continuaria desatento sem me dar conta da Sua subtil mudança de tom!

De tom, de fisionomia, de bonomia também ...

Pois é, o tempo corre e não se compadece ...

... e a Minha Amiga tem muito mais a que se agarrar, se tem!

Tem o dom da escrita, que mar e que caudal que por deixá-lo ir não o perde, nem a ele, nem a Si, nem aos Seus e nem àqueles que por Si se deixam impressionar e compadecer, é tal o dom (!), e lhe retiram os alibis!

Pois é, Minha Amiga, o refúgio na dor, por paradoxal que pareça também é muito cómodo!!

Pois é, Minha Querida ...

A Minha Amiga é mesmo da Casa da Venância e deixe estar que isso ninguém Lhe tira!

É lá possível!???

Redescubra-se e verá, verá que com tudo, com o David, com a dôr e com tudo, tudo faz agora imenso e maior sentido do que fazia antes!

E se o David vai, vai reconciliado e em paz, gratificado Consigo também!!

Desculpe-me, Minha Amiga, a minha ousadia, Seu e com um beijinho

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Julho de 2008

Anónimo disse...
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