13 junho 2008

Os passos bifurcam-se



Um destes dias, à tarde, recebi a visita de um amigo do meu filho, também chamado David(e).
Mais velho, mais experiente...igualmente sonhador e delicado.
Já nos conhecíamos das reuniões que o meu filho tinha com ele, aqui em casa. Já estava doente, já estava mais cansado. Mesmo assim, resistia e continuava a trabalhar, a iluminar os artistas no palco.
Emocionam-me as visitas, os mails, as mensagens dos amigos dele. Não o esquecem e eu fico um pouco mais reconfortada. Nessas ocasiões, quase sorrio, ao recordar com eles. Quase não choro.


Sensibilizou-me a gratidão que o Davide sente (presente!) por ti; pela oportunidade que lhe deste de ir para o Teatro da Guarda. Tinhas sido tu, o convidado; mas não aceitaste e passaste-lhe o convite. E ele foi.
E falou-me dos outros a quem deste o mesmo apoio - um amigo em Faro, o Eduardo em Lamego, a Joana com o Drumming, o Emanuel na Casa da Música...
Não guardavas nada para ti. Passavas.
Eras um coração de ouro, grande e generoso - raro nesse mundo do espectáculo.
E, quando, esses amigos me dizem estas coisas e te agradecem (através de mim), ainda hoje, fico, assim, sem jeito, sem palavras, sem saber o que derrotou esse bater forte do coração de "tourinho" e a força com que me apertavas a mão para me puxares para a luta e o sorriso do "abraço da noite".
Falo muito do "abraço da noite".
Faz-me muita falta esse "abraço da noite".
Depois, quando os teus/meus amigos partem, prometendo voltar porque se sentem mais perto de ti quando estão perto de mim, eu fico assim à toa, sem Norte dentro de mim.
Tu, pelo contrário, sabias sempre onde estava o teu "Norte".


A Isabel Alves Costa escreveu, quando se foi despedir: "Havemos, ainda, de concretizar os teus projectos cheios de entusiasmo. Até sempre."

O teu tio Tony disse "Querido Dabidum e amigão, quando leres estas palavras estarás aí, no céu, e nós aqui no inferno ads saudades que nos deixaste. Se não posso falar de justiça, também não relatarei o quanto para mim foste e representaste!
Tiraram-te a vida e, pela minha parte, perdi um enorme amigo.
Não sei se nem quando te vou encontrar...mas vai pagar esta tristeza em que nos inundaste! "

1 comentário:

Anónimo disse...

Comoveu-me a sua Dor de Mãe Isabel e decidi regressar ao seu blogue para lhe dizer que,se a alma for imperecível,o seu filho David está vivo e permanece presente na sua Vida.Viva a sua Dor mas não permita que esta a impeça de ver e sentir mais Além.Esteja atenta aos sinais que o seu filho lhe enviará para confirmar a sua Presença junto de si...Abraço de Alma...António